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ATLETISMO
EUA vêem performance fraca em sua maior seara
País perde provas que dominava, como 100 m, e fica atrás da Rússia
Americanos cometem falhas e permitem espaços para os russos, que exibem força
mesmo depois de enfrentar
seu maior caso de doping
DO ENVIADO A PEQUIM
Distante da China no quadro
de medalhas da Olimpíada, os
EUA ainda não conseguiram
deslanchar no atletismo, modalidade em que tradicionalmente o país arrebata um grande número de medalhas.
Até as provas de ontem, no
Ninho de Pássaro, os EUA haviam obtido três ouros, três
pratas e cinco bronzes. Pouco
para quem costumava dominar
tanto provas de pista quanto de
campo (arremessos e saltos).
O país perdeu disputas em
que tradicionalmente triunfava
em Olimpíadas, como 100 m
(masculino e feminino) e arremesso de peso (masculino).
Além disso, não manteve o
bom desempenho obtido no
Mundial-07. E dificilmente
chegará próximo da marca obtida em Osaka: 14 ouros, quatro
pratas e oito bronzes.
Também não obteve nenhum pódio inesperado em Pequim, como as vitórias de Bernard Lagat, queniano naturalizado americano, nos 1.500 m e
nos 5.000 m no Mundial-07.
Em Pequim, os EUA não estão nem na liderança do quadro
de medalhas do atletismo. A
equipe está atrás da combalida
delegação russa, que perdeu sete atletas flagrados no antidoping às vésperas dos Jogos.
A Rússia vive seu pior escândalo de doping da história. Algo
comparável ao caso Balco, detonado em 2003 nos EUA. Investigações da Justiça Federal
norte-americana resultaram
em punição a alguns dos principais velocistas do país que já
produziu mitos olímpicos como Jesse Owens e Carl Lewis.
A Rússia, que teve crise semelhante detonada uma semana antes da Olimpíada, renasceu das cinzas em Pequim.
Mesmo sem destaques como
Ielena Soboleva (campeã mundial indoor dos 1.500 m), Darya
Pishchalnikova (prata no lançamento de disco no Mundial-07) e Vladimir Kanaikin (ex-recordista mundial da marcha de
20 km), os russos lideram o
quadro de medalhas do atletismo. O país ganhou quatro ouros, uma prata e três bronzes.
Além disso, monopolizou a
atenção anteontem com sua
maior estrela, Ielena Isinbaieva, recordista do salto com vara. Ela bateu uma norte-americana, Jennifer Stuczynski, que
havia prometido calar a russa
mas teve que engolir humilhante derrota, abalando ainda
mais o moral da delegação.
Nos 100 m masculino, prova
norte-americana por natureza
-foram 17 ouros nas 26 edições
anteriores dos Jogos-, o país
viu a distância ser dominada
pelo jamaicano Usain Bolt, que,
além de vencer a disputa, bateu
o recorde mundial (9s69).
O principal destaque dos
EUA, Tyson Gay, campeão
mundial dos 100 m, nem conseguiu passar das semifinais.
Os EUA esperavam ontem se
recuperar nas finais dos 400 m
e dos 100 m com barreiras.
Quase tudo deu errado. A
única vitória foi nos 100 m com
barreiras. A norte-americana
Lolo Jones, favorita ao título, liderava a disputa, mas tropeçou
na oitava barreira, perdendo
posições -foi sétima colocada.
Sem ela, a vitória foi para outra
velocista do país, Dawn Harper.
Nos 400 m, a versátil Sanya
Richards, campeã mundial no 4
x 100 m e no 4 x 400 m, chegou
até a liderar. Mas foi superada
pela britânica Christine Ohuruogu e pela jamaicana Shericka Williams e levou só o bronze.0
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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