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FUTEBOL
Clube comemora o centenário com planos de privatização até dezembro e de deixar para trás crise dos últimos anos
Promessa de virar empresa move Flu, 100
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Após cruzar o seu inferno astral
no final dos 90, o Fluminense festeja hoje o seu centenário com a
promessa de ser o primeiro grande carioca a virar empresa.
Recordista em títulos estaduais
no Rio -29, o último deles este
ano-, o tradicional clube quer se
""modernizar" até o fim do ano.
""Estamos conversando internamente para tentar arrumar soluções jurídicas para viabilizar o
clube-empresa. Isso já é uma realidade, e não podemos fugir dela",
disse o presidente David Fischel.
No mês passado, o governo editou uma medida provisória que
obriga os clubes a se transformarem em empresa.
Apesar da decisão federal, a
maioria dos grandes times brasileiros faz lobby para derrubar a
MP no Congresso Nacional.
No começo do século passado, o
Fluminense foi o primeiro dos
grandes cariocas a ser fundado especialmente para o futebol. Os
outros clubes eram de remo, o esporte preferido do país na época.
Apesar do esforço da atual diretoria para modernizar o clube, a
situação financeira do Fluminense é para ser esquecida.
As dívidas somam cerca de R$
40 milhões. Os jogadores estão
sem receber salário há três meses.
A série de atrasos já criou uma
crise no clube na véspera da comemoração do centésimo aniversário. Na semana passada, os jogadores se recusaram a treinar em
protesto contra a falta de pagamento, dois dias antes de enfrentar -e derrotar- o Corinthians
pela Copa dos Campeões.
""A situação não é das melhores,
mas estamos estruturando o clube para crescer", disse o diretor de
marketing do Fluminense, Fernando Gonçalves.
Para isso, o clube carioca fechou
uma parceria com a Sportfive,
uma das maiores empresas de
marketing esportivo da Europa.
Ela vai ser a responsável por comercializar e licenciar todo os direitos do clube (patrocínio, televisionamento, marca etc).
Dentro de campo, o Fluminense
está reagindo nos últimos anos. O
clube passou pela maior crise de
sua história de 1996 a 1999.
Praticamente falido, rebaixado
para a terceira divisão do Campeonato Brasileiro em 1998, o clube conseguiu se recuperar, auxiliado por "viradas de mesa", e voltar à elite do futebol nacional.
Em 2001, o time chegou à semifinal do Brasileiro e quase conseguiu uma vaga na Taça Libertadores, que era o maior sonho da diretoria no ano do centenário (a
chance de isso ocorrer agora é
vencer a Copa dos Campeões).
Neste ano, o time ganhou o Estadual do Rio e quebrou jejum de
sete anos sem o título -em 1995,
a equipe fora campeã ao derrotar
o Flamengo com um gol de barriga de Renato Gaúcho.
A reação foi conseguida no caminho oposto ao dos grandes clubes. Há cerca de três anos, Fischel
assumiu o clube com uma política
de ""pés no chão".
Ele preferiu investir em jogadores jovens, sem pagar salários milionários, para tentar sanear a vida financeira do clube.
O teto salarial dos jogadores é
de R$ 100 mil. Mesmo assim, o
Fluminense, para melhorar as finanças, vendeu para o PSG (França) o lateral Paulo César, que quase foi à Copa, e dispensou o meia
Roger, que voltou para o Benfica.
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