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OLIMPÍADA
Compromisso com o futuro
CARLOS ARTHUR NUZMAN
ESPECIAL PARA A FOLHA
O esporte olímpico brasileiro vem conquistando a cada
dia um espaço maior e mais importante na nossa sociedade.
Poucas atividades têm tanta
aprovação e repercussão pelo nosso povo. Além disso, as conquistas
do esporte brasileiro representam
a unidade do pensamento nacional e, sobretudo, a projeção positiva da imagem do Brasil no exterior. Podemos citar como exemplos os títulos e as medalhas olímpicas do vôlei, do basquete, da natação, do judô, do atletismo, do
hipismo, do tênis, do iatismo e,
mais recentemente, o pentacampeonato mundial de futebol.
Esses acontecimentos influenciam a vida do povo brasileiro como um todo, proporcionando alegria, orgulho, auto-estima e um
forte sentido de nacionalidade.
É muito difícil para quem milita no esporte entender o motivo
pelo qual o setor esteve ao longo
da história renegado a um papel
secundário na nossa sociedade. O
esporte é uma das indústrias que
mais crescem no mundo, gerando
milhões de empregos diretos e indiretos, inclusive no Brasil.
O esporte é também um forte
instrumento de combate às drogas, à violência e à criminalidade,
devendo ser utilizado como extensão do processo educacional e
como fator de inserção e integração social.
Mas a realidade está mudando.
E para melhor.
Além do apoio que o esporte
vem recebendo do atual governo
-a lei nº 10.264, mais conhecida
como Lei Piva, já é uma realidade-, a comunidade esportiva recebeu na última semana uma forte demonstração de que o setor
desempenhará nos próximos
anos um papel estratégico para a
sociedade.
O encontro "O Esporte no Brasil
no Quadriênio 2003/2006", promovido pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), teve a oportunidade de reunir três dos quatro
principais candidatos à Presidência da República.
Mais do que isso, obteve dos
candidatos Ciro Gomes (PPS),
Anthony Garotinho (PSB) e José
Serra (PSDB) a convergência de
algumas propostas consideradas
vitais para o desenvolvimento do
esporte brasileiro.
A começar pela necessidade de
uma lei de incentivos fiscais para
o esporte, a exemplo do que já
ocorre com o setor da cultura por
intermédio da Lei Rouanet. A
manutenção do Ministério do Esporte é fundamental para que o
esporte continue seu processo de
desenvolvimento. Que ele cuide,
preferencialmente, apenas de esporte, desvinculado de outra pasta. Apesar das variantes apresentadas pelos candidatos, o importante é que o esporte mereça do
futuro governo administração e
gestão independentes.
Outro ponto comum aos candidatos foi quanto à valorização da
escola na formação dos nossos futuros atletas. Antes de ser competição, o esporte deve se apresentar
às crianças e aos jovens como um
estilo de vida saudável e como
instrumento na formação da cidadania. A descoberta de novos
talentos deverá estar vinculada a
um amplo trabalho de base, calcado na educação do indivíduo.
Já dispomos de programas importantes, como o Esporte na Escola, que visa a retomada da prática esportiva no âmbito escolar e
a construção de instalações esportivas nas escolas públicas.
É gratificante saber que os três
candidatos entendem a necessidade de se implantar uma política esportiva a partir da valorização da educação física no currículo escolar. Outra proposta de destaque é a implantação da Bolsa
Atleta, como apoio e incentivo
aos estudantes que se destacarem
nas competições esportivas.
O COB e as confederações brasileiras defendem ainda que o futebol seja encarado de forma diferente das demais modalidades esportivas, já que são duas realidades completamente distintas. Somos favoráveis a uma única lei
para o esporte, com normais gerais para todos. A diferença estaria nas seções, sendo uma para o
futebol e outra para as demais
modalidades esportivas.
O dia 16 de julho de 2002 ficará
marcado para a história do esporte brasileiro. Conseguimos obter de três dos quatro principais
candidatos à Presidência da República o compromisso de que
suas idéias e propostas se tornarão práticas a partir de 1º de janeiro de 2003.
O compromisso de que pela primeira vez as propostas para o esporte estarão incluídas no programa de governo dos três candidatos mencionados.
Um momento histórico para todos aqueles que desejam fazer do
esporte um dos fatores de transformação deste país.
Carlos Arthur Nuzman, 60, é presidente do Comitê Olímpico Brasileiro
Tostão, em férias, volta a escrever
neste espaço em 4 de setembro
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