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Muricy se diz pronto para dirigir seleção
DA REPORTAGEM LOCAL
A queda do Brasil na Olimpíada arranhou mais o comando da seleção brasileira
e aumentou a pressão pela
saída do técnico Dunga.
Na última sexta, quatro
dias antes da derrota para a
Argentina, pelas semifinais
da competição, o técnico
Muricy Ramalho, bicampeão
brasileiro com o São Paulo,
falou à Folha sobre a equipe
nacional e se mostrou pronto para trabalhar para a CBF.
"Ser técnico da seleção
brasileira é objetivo meu. É a
realização profissional. Acho
que técnicos de times de
ponta têm de estar preparados se surgir uma proposta
dessa. Mas, para mim, tudo é
natural. Não fico com essa
loucura de ser técnico. Tudo
tem de ser na hora certa."
Ontem, após a vitória sobre o Atlético-PR, o treinador moderou o tom. Diz que
é difícil falar de seleção porque ela "tem técnico".
Sem vergonha de ser grosseiro em algumas ocasiões,
Muricy falou, na última sexta, sobre as coisas que devem
nortear um treinador postulante à equipe nacional. "O
técnico que vai para a seleção tem que estar preparado.
Como o Vanderlei [Luxemburgo] mesmo já foi. Saber
de tudo o que acontece no
futebol mundial. Não é ver
só quem está aqui."
Na corrida por um lugar
no time nacional, Muricy
concorre com nomes famosos, como o próprio Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari.
Apesar de nunca ter tido
ligação estreita com a CBF, o
treinador são-paulino não se
vê em desvantagem para assumir o cargo.
"Eu não sei como é a CBF,
como as coisas funcionam lá.
Eu sei que eu sou um técnico
de futebol. E a CBF contrata
técnico de futebol. Se me
contratar, vou lá para trabalhar como técnico, convocar
jogadores e tentar fazer a seleção ganhar títulos. É assim
que trabalho", disse Muricy.
Na busca para levar o São
Paulo ao hexacampeonato
brasileiro, o treinador não vê
motivos para mudar sua forma de trabalhar ou sua maneira de tratar as pessoas.
"Todo mundo conhece o
meu jeito e a minha forma de
trabalhar. E eu não sou de
mudar. Trabalhei na China,
trabalhei no México, trabalhei em vários lugares e sempre me dei bem. O que você
tem de fazer é convocar bem
e ganhar os jogos. No futebol, em qualquer seguimento, tudo são resultados."
Em busca de uma aproximação com o líder do Brasileiro, Muricy não tem dúvida
de que, atuando em São Paulo, seu trabalho ganhou muito mais visibilidade.
"Eu estava em um grande
clube, que era o Inter, e vim
para outro grande clube, que
é o São Paulo. Acho que fiz a
escolha certa, pois aqui você
está muito mais exposto para as coisas boas e também
para as ruins", comentou.
Em sua terceira temporada no São Paulo -assumiu
em janeiro de 2006-, Muricy contabiliza os dividendos desta sua passagem pelo
clube pelas propostas que recebeu recentemente.
"Olha, fiquei até surpreso.
Muitos clubes do Brasil fizeram ofertas para me tirar daqui. A mais forte foi a do Qatar, que veio com papel timbrado e tudo. Mas, como sou
de cumprir os meus contratos, preferi ficar", comentou.
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