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VÔLEI
Brasileiras testam nervos na semifinal contra a China
Perfeita tecnicamente, seleção tenta esquecer tropeços em mata-matas e chegar a final inédita
BRASIL
Invicto e sem ceder sets, time enfrenta as anfitriãs, atuais campeãs, às 9h
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A PEQUIM
A seleção feminina de vôlei
tem a chance de atingir a inédita classificação à final olímpica.
Para isso, o time, que tem mostrado técnica impecável em Pequim, terá de provar também
que está bem de cabeça.
O adversário de hoje, às 9h, é
a China, atual campeã olímpica
e maior expoente da escola
asiática. Além de trabalhar com
bolas rápidas e mostrar grande
variação de jogadas, as chinesas
têm a enorme torcida a favor.
"A China tem mais qualidade
técnica. É um time que dá mais
problema para a cabeça", afirmou a levantadora Fofão, antes
mesmo de conhecer o rival das
semifinais. As chinesas eliminaram as russas por 3 a 0.
Até agora, o Brasil tem mostrado total domínio psicológico. Venceu todos os jogos por 3
a 0 e, mesmo em momentos
complicados, teve tranqüilidade para impor seu ritmo.
Nos três principais mata-matas que disputou até hoje, porém, a seleção do técnico Zé
Roberto Guimarães guarda tropeços marcantes. Perdeu para a
Rússia na semifinal de Atenas-2004, após desperdiçar sete
match points, e na decisão do
Mundial. No Pan do Rio-2007,
caiu diante de Cuba na final.
As jogadoras, no entanto, dizem que esses tropeços não
afetam mais o desempenho.
"A gente treinou muito, não
teve folga, fazíamos horas de
treino por dia, no sacrifício,
com dor. Passamos por tanta
coisa que agora está tudo tranqüilo", disse a ponta Mari. "Se
não der medalha, tudo bem. Saberemos que ninguém se preparou tanto quanto a gente."
Neste ano, a seleção passou a
contar com a ajuda constante
de uma psicóloga. No Grand
Prix, a equipe se apresentou
bem e conquistou o título -a
fase final é por pontos corridos.
Para testar a reação das atletas em momentos decisivos, Zé
Roberto faz pequenas disputas
nos treinos, com pontos. "Aqui
não estivemos atrás no placar
de forma muito perigosa, mas
elas estão treinadas para reagirem bem nesse momento."
"O único problema será segurar a ansiedade. Se dependesse
de nós, entraríamos na quadra
agora", disse o treinador, pouco
após bater o Japão nas quartas.
Os bronzes em Atlanta-96 e
Sydney-00 foram o mais longe
que as brasileiras alcançaram
em Olimpíadas. Os times que
subiram ao pódio eram dirigidos por Bernardinho, e só duas
atletas do atual elenco têm medalhas: Fofão e Walewska.
"Nosso primeiro objetivo é
chegar à final. Pensamos um
jogo de cada vez. Pode ser o divisor de águas para o vôlei do
Brasil, e queremos escrever essa história", disse Walewska.
1
vitória
é a vantagem do Brasil
em confrontos com a seleção feminina da China
na história. As brasileiras
venceram 22 de 43 partidas contra as rivais de
hoje. Mas perderam mais
sets: 82 contra 83. O último jogo foi a vitória do time de Zé Roberto por 3 a
1, no Grand Prix deste
ano. No retrospecto olímpico, as chinesas têm
vantagem: dois títulos
contra nenhum.
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