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FUTEBOL
Mulheres jogam por ouro e para dar lição a homens
Seleção feminina tenta pôr país da bola pela 1ª vez no topo do pódio
BRASIL
Contra americanas, Marta e companhia podem obter sua maior glória, às 10h
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI
"Ficamos bem tristes, claro.
Estávamos torcendo por eles o
tempo todo e não foi diferente
desta vez. Entendo por que ele
ficou daquele jeito, pode ter sido a última Olimpíada dele."
Eles, a seleção masculina.
Ele, Ronaldinho. A autora da
frase, Marta. Num retrato cru e
significativo das atuais fases
das equipes de futebol do país.
Às 10h (horário de Brasília)
de hoje, em Pequim, o time de
Marta entra em campo para decidir o ouro olímpico diante dos
EUA. A 1.070 km dali, em Xangai, a equipe masculina deve assistir à partida pela TV, na espera para tentar pelo menos
um bronze contra a Bélgica.
Sucesso e anticlímax, alto e
baixo, que vêm se consolidando
ano a ano na comparação entre
as mulheres e os homens.
Seja de forma coletiva, do
sub-20 aos adultos, seja em façanhas individuais, o Brasil hoje é muito mais forte no feminino no cenário internacional.
A equipe das mulheres é a
atual vice-campeã mundial e
olímpica. O Brasil dos homens
foi o quinto colocado na última
Copa, não disputou os Jogos de
Atenas -não conseguiu a classificação na América do Sul. Na
China será, na melhor das hipóteses, terceiro colocado.
Na base, os resultados recentes do feminino também são
muito mais animadores. No último Mundial sub-20, em
2006, o Brasil foi o terceiro colocado, o melhor resultado da
sua história, revelando jogadoras que hoje estão na Olimpíada, como a goleira Bárbara.
Já o time júnior masculino só
despenca, depois de dominar a
categoria, hoje nas mãos da Argentina -como no futebol
olímpico. No último Mundial,
no Canadá e com Alexandre Pato no grupo, o Brasil não passou
das oitavas-de-final, com só
uma vitória em quatro jogos.
Na eleição dos melhores do
mundo pela Fifa, em 2007,
duas brasileiras -Marta, a vencedora, e Cristiane, terceira-
foram top 3. Entre os homens,
Kaká, que levou o prêmio, foi o
único brasileiro finalista.
Se o fosso que separa os times é grande em dinheiro e visibilidade, outro começa a se
insinuar no desempenho em
campo. E hoje pode atingir sua
amplitude máxima, com as mulheres conquistando o ouro.
O único título que o badalado
time masculino nunca obteve.
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