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FUTEBOL
Graças a acordo com a federação de beach soccer, que paga os atletas, clubes montam times para jogar na praia
Grandes do Rio se aventuram na areia
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Os grandes clubes do Rio estão
descobrindo o futebol de praia.
Sem tradição nas areias, Flamengo e Vasco formaram neste ano times para jogarem longe dos gramados. O Botafogo, que já foi filiado à federação da praia, voltou.
O Vasco vai decidir hoje o título
do Campeonato Carioca de beach
soccer, uma das modalidades de
futebol jogado na praia.
Com a base da famosa seleção
brasileira da categoria, a equipe
de São Januário enfrentará o Copacabana, em frente ao Posto 3 da
praia de Copacabana (zona sul do
Rio), um dos cartões postais da cidade. A decisão será às 10h.
""O nosso pensamento é trazer o
público das arquibancadas também para a praia. Inicialmente, isto está acontecendo. Neste torneio, o público foi crescendo",
afirmou Júnior Negão, jogador da
seleção e um dos destaques do
Vasco no campeonato.
O Flamengo, que também conta
com jogadores da equipe nacional, não teve a mesma sorte. O time jogará na preliminar contra o
Juventus na disputa do terceiro
lugar da competição.
""Apesar do resultado não ter sido o planejado, a experiência foi
boa. Neste ano, montamos o time
como experiência. Agora, vou
tentar convencer a diretoria a
continuar neste esporte, que é supercarioca", disse Leonardo Ribeiro, diretor-adjunto da presidência flamenguista e responsável pelo projeto no clube.
A entrada de Vasco e Flamengo
na praia se deve a uma parceria
firmada com a Federação de
Beach Soccer do Rio, que quer aumentar a divulgação o esporte.
Os clubes não precisaram fazer
altos investimentos. Apenas cederam a imagem e o material esportivo. O pagamento aos jogadores
fica por conta dos organizadores.
Eles recebem prêmios de acordo
com a classificação da equipe.
""A repercussão foi ótima. A partir deste ano, vamos fazer uma
edição a cada ano", disse o presidente da federação do Rio da modalidade, Paulo Cézar Fernandes.
A situação do Botafogo é diferente. Campeão nas areias da
praia várias vezes durante os anos
60, no tradicional futebol de 11, o
time presidido por Bebeto de
Freitas retornou em 2003.
Único clube com um departamento específico para o futebol
de praia, o Botafogo é finalista do
Carioca de society na categoria juvenil. Na terça-feira, a equipe enfrentará o Liverpool Rio. A partida, que acontecerá às 19h, será na
praia de Copacabana.
""Como na zona sul não temos
mais campos gramados, decidimos voltar para a praia, único espaço reservado para jogar futebol
nesta área", disse Jorge Júlio, um
dos coordenadores do projeto do
Botafogo, clube que aproveitou
no gramado uma série de talentos
surgidos na praia.
Um dos primeiros a deixar as
areias da praia para brilhar nos estádios foi Heleno de Freitas, craque dos anos 40.
Primo do atual presidente do
Botafogo, Heleno de Freitas defendeu o Praia Clube, de Copacabana, antes de vestir a camisa do
alvi-negro carioca.
Nos anos 60, outro talento da
praia jogou pelo Botafogo. O atacante Paulo César Caju ganhou
fama nos campeonatos de praia
jogando pelo Columbia, antes de
ser contratado pelo time de General Severiano.
""A história da praia mostra que
muitos talentos apareceram por
lá. Por isso, este projeto pode ser
útil ao Flamengo também para
conseguir novos jogadores", afirmou Leonardo Ribeiro.
Os entusiastas do esporte praticado na praia, creditam também
o aumento do interesse pelo futebol de areia à facilidade do acesso
à prática do esporte.
""O mais importante é que o esporte de praia está voltando.
Além da disputa, ele é importante
porque promove a integração de
todos. É um esporte muito popular", disse Elizeu Bandeira, presidente da Federação de Esporte de
Praia do Estado do Rio, entidade
responsável por congregar todas
as modalidades praianas.
"Para jogar, você não precisa
nem comprar um equipamento
especial, como chuteira, caneleira. A única coisa que você precisa
ter é um jogo de camisa", completou o dirigente.
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