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FUTEBOL
Punições mais duras
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
As pessoas que elaboraram
o novo Código Brasileiro de
Justiça Desportiva sugeriram aumento das multas e punições aos
clubes que escalarem jogadores
irregulares e aos atletas infratores
e violentos.
Deve terminar a transferência
de pontos para o time perdedor.
Os técnicos suspensos não poderão dirigir os seus times lá de cima por meios eletrônicos. Como é
hoje, é mais um prêmio do que
punição. Concordo com todas essas medidas.
Há muita violência e excesso de
faltas no futebol brasileiro, embora muitas sejam incorretamente
apontadas. Sempre que existe
uma disputa normal pela bola e
cai um jogador, os árbitros marcam faltas.
Foi sugerido também pelo novo
código que o agressor seja suspenso, no mínimo, pelo mesmo tempo em que o agredido ficar parado por causa dessa agressão. É
uma medida que parece justa, politicamente correta, inovadora.
Vai agradar à maioria, mas é impraticável.
Independentemente da intenção ou não de acertar o adversário, o jogador que comete uma
falta violenta deve ser punido
com rigor, para aprender a controlar os seus impulsos agressivos
e a ser menos imprudente.
Porém, na maioria das vezes, a
falta violenta não foi planejada.
Numa fração de segundos, o atleta perde o controle e atinge o outro. Na emoção de um jogo, o impulso é mais forte do que a razão.
Além disso, em qualquer disputa
de bola o atleta corre risco de ter
uma grave contusão.
Nas poucas vezes em que existe
clara intenção de "quebrar" o adversário, o agressor tem de ser expulso, algemado e ser suspenso
por um tempo maior do que a
inatividade do agredido.
E para isso acontecer não é preciso mudar a lei.
Repito, é muito difícil separar a
agressão intencional de uma falta
violenta involuntária ou de uma
grave contusão que aconteceu por
acaso numa disputa de bola.
Dessa maneira corre-se o risco
de serem cometidas grandes injustiças. A Justiça esportiva não
pode ser mais realista do que a
realidade.
Não vale R$ 15
Os clubes aumentaram o preço
dos ingressos do próximo Campeonato Brasileiro de R$ 10 para
R$ 15 e será proibida qualquer redução de preço. Partidas de menor qualidade deveriam custar
mais barato.
Mesmo se houvesse grandes reformas nos estádios, discordaria
desse aumento porque a maioria
dos torcedores não tem condição
de pagar esse preço.
Aumentar o ingresso para R$ 15
sem melhorar bastante os estádios é um desrespeito aos mais
pobres, uma picaretagem e um
engano comercial.
Dessa forma, diminuirá o número de todos os torcedores, já
que nem os que são endinheirados vão pagar esse preço para frequentar estádios desconfortáveis
e sujos.
É também muito caro o preço
de R$ 15 para assistir a tantos jogos ruins, com pouquíssimos craques em campo.
Conceito ultrapassado
Cuca, revelação do Campeonato Brasileiro e novo treinador do
São Paulo, numa entrevista ao repórter Eduardo Arruda, da Folha, respondeu sobre a melhor
maneira para se conquistar a Taça Libertadores: "Os gringos [argentinos] provocam, puxam cabelo, xingam, nos desestabilizam.
Caímos nessa armadilha e somos
derrotados. Temos de ser como os
gringos, porque na bola somos
melhores".
Essa preocupação excessiva com
a catimba dos argentinos é um
conceito ultrapassado.
Nos últimos anos, enquanto os
times brasileiros só falam de catimba, esquecem de jogar, entram
no campo para dar pontapés e
querem ser mais espertos do que
eles, os gringos jogam e vencem.
Seleção pré-olímpica
Qual será a zaga titular da seleção pré-olímpica?
Luisão e Alex formaram uma
ótima dupla na Copa Ouro. Edu
Dracena é um excelente zagueiro.
Os três já são melhores do que os
zagueiros da seleção principal,
mas Carlos Alberto Parreira não
quer "pular etapas".
É uma conduta sensata e prudente, já que está longe o Mundial, mas conservadora.
Nesse torneio decisivo, a seleção
pré-olímpica deve ficar sem dois
jogadores importantes: Kaká, que
o Milan não quer ceder, e o centroavante Adriano, do Parma,
contundido.
E-mail: tostao.folha@uol.com.br
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