DA REPORTAGEM LOCAL

A Espanha que enfrenta a Itália hoje, em Viena, pelas quartas-de-final da Eurocopa, tem feito jus ao apelido de Fúria dentro e fora de campo.
Favorita pela campanha 100% que a conduziu até as quartas, a equipe do técnico Luis Aragonés tem demonstrado, durante o torneio, uma perigosa desarmonia entre o treinador e seus comandados.
Logo na estréia contra os russos (4 a 1), o atacante Fernando Torres não gostou de ser substituído por Fàbregas e não estendeu a mão para Aragonés, que o aguardava na beirada do gramado com a mão esticada.
Na última semana, o problema de Aragonés foi com o zagueiro Sergio Ramos. Na quinta, ele disse que Ramos era uma grande pessoa, mas que às vezes fazia coisas que não devia, referindo-se ao comportamento do jogador fora de campo.
Anteontem, Ramos foi contido pelo também zagueiro Marchena em uma discussão com Aragonés durante o treino.
Se conseguir canalizar tanto ímpeto para o jogo, a Espanha poderá quebrar um tabu histórico de nunca ter batido a Azzurra em uma competição oficial continental ou mundial.
Fora isso, o time está próximo de quebrar o recorde de nove vitórias consecutivas obtido em 1927. E Aragonés, de ultrapassar Javier Clemente, treinador que conseguiu 36 vitórias com a seleção nos anos 90.
"Apesar de serem os favoritos no papel, nós não temos nenhum medo deles", disse Torres, autor de um gol no torneio.
Já os italianos seguem trilhando sua via-crúcis na Euro.
Sem o zagueiro e capitão Cannavaro, que se machucou antes da estréia, o time de Roberto Donadoni conseguiu a classificação só na última rodada, contra a França (2 a 0).
A equipe, porém, perdeu Gattuso e Pirlo, suspensos pelo segundo amarelo. Aquilani, De Rossi, Ambrosini, Perrotta e Camoranesi brigam por quatro vagas no meio-campo. O zagueiro Barzagli, com uma lesão no menisco do joelho esquerdo, está fora do campeonato.