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Judô cobra resultado histórico
Com equipe mais laureada, confederação quer melhor desempenho de todos os tempos em Pequim
Segundo dirigente, "não é inesperado" ultrapassar a meta estipulada para os Jogos, de 3 medalhas, com pelo menos uma de ouro
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Para a seleção brasileira de
judô que vai a Pequim, a máxima olímpica "o importante é
competir" é coisa do passado.
Os 13 atletas que irão atuar
nos tatames na primeira semana dos Jogos são responsáveis
pelo currículo mais robusto da
história de uma equipe olímpica do país. Eles têm oito medalhas em Mundiais (quatro de
ouro) e duas em Olimpíadas.
Como competidores e dirigentes são unânimes em afirmar que a preparação para o ciclo olímpico que termina na
China foi a melhor da história
do judô brasileiro, o prognóstico é de um resultado inédito
dos lutadores brasileiros.
"Tem que ter o melhor resultado. Realmente não tem como
fugir dessa expectativa de melhor resultado de todos os tempos, porque isso é fundamentado em resultados palpáveis. Se
não falasse isso, seríamos falsos
humildes", diz Paulo Wanderley, presidente da CBJ (Confederação Brasileira de Judô).
Ele rechaça a estratégia do
Comitê Olímpico Brasileiro, de
não estipular um número de
medalhas como meta.
Diz que o plano é pelo menos
igualar o recorde de três medalhas (de Los Angeles-1984). E
melhorar sua qualificação, com
pelo menos um ouro.
"Não tem como dizer que não
é uma meta a ser alcançada.
Trabalhamos para isso, investimos para isso, gastamos dinheiro nisso. Então tem que ter
a contrapartida. Sou exigido e
exijo também. Não apóiam o
judô porque é um esporte bonito, educacional. O empresário
quer saber que vai investir porque o esporte dá resultado, e eu
preciso de resultado."
Para o coordenador técnico
Ney Wilson, não é inesperado ir
além do plano. Ele revela uma
meta dentro da meta: "Se somado a isso tiver medalha feminina, a gente quebra todas as
metas: chegar a uma medalha
no feminino, ter três ou mais
medalhas no total e conseguir
dentro delas uma de ouro".
Tiago Camilo, campeão dos
81 kg e eleito o melhor judoca
do planeta no Mundial do ano
passado, diz que a expectativa
não atrapalha. "Pressão é natural. Principalmente depois do
ano de 2007, a cobrança é natural. As pessoas esperam mais
depois de grandes resultados. E
essa equipe é a mais talentosa
da história", declarou ele.
Em seu terceiro ciclo olímpico -foi prata em Sydney-2000
e reserva em Atenas-2004-,
Camilo avalia que a preparação
para Pequim foi bem superior.
"Fiz o melhor que poderia ter
sido feito. Agora é esperar chegar a hora", concluiu o judoca,
que embarca amanhã para aclimatação no Japão.
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