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VÔLEI DE PRAIA
Surpreendidos por irmãos suíços, Márcio e Benjamin se despedem dos Jogos
Derrota fora do script custa vaga e parceria de brasileiros
LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
A dupla Márcio/Benjamin, que
chegou à Grécia com a intenção
de levar a medalha de ouro, foi
derrotada ontem e está eliminada
dos Jogos de Atenas.
Os brasileiros perderam por 2
sets a 1 (21/19, 19/21 e 15/12) para
os irmãos suíços Paul e Martin Laciga. Saíram abraçados, com o introspectivo Benjamin, 32, consolando o extrovertido Márcio, 30.
A derrota, segundo Benjamin,
irá encerrar a parceria dele com o
cearense Márcio. O sul-mato-grossense declarou que esta foi
sua primeira e última Olimpíada e
que deixará seu parceiro e, em
breve, também as areias.
"Abandono a competição supertriste, não esperava sair tão cedo. Foi nossa última Olimpíada. A
dupla não tem mais propósito de
jogar junto", declarou ele.
"Hoje, o voleibol parou de fazer
parte da minha vida. Espero ser
feliz em meus empreendimentos
no futuro. Tenho um projeto de
vida com minha mulher, que é canadense. Pensamos em deixar o
Brasil. Dou adeus de um jeito que
não estava no script."
Ele acrescentou que pretende
seguir jogando, no máximo, por
um ou dois anos. Acordos com
patrocinadores o manterão ao lado de Márcio até maio de 2005.
O discurso de Benjamin surpreendeu Márcio, que não tinha
idéia dos planos do colega e chegou a falar sobre a pretensão de
estarem juntos em Pequim-2008.
A dupla, junta há cinco anos, tem
oito títulos no Circuito Mundial e
foi campeã brasileira em 2000.
Alertado pela Folha sobre a intenção de Benjamin, Márcio sorriu amarelo. "É difícil falar, o Benjamin é uma caixinha de surpresas. A mulher dele é canadense,
ele tem filhas canadenses. Estou
surpreso. Será que ele vai fazer
snowboard? Vamos bater um papo. Não posso responder por ele,
mas quero ir a Pequim."
Sobre a derrota de ontem, Márcio elogiou a atuação do parceiro
e afirmou que errou bolas fáceis.
"Não estava no meu dia. E os Laciga jogaram bem, tiveram mérito. Fica o gosto de decepção."
Para Benjamin, que devido a
dores na região da virilha voltou a
ser atendido por um fisioterapeuta, como na partida anterior, pesou o aspecto psicológico.
"Trabalhei duro três anos para
chegar até aqui. Nos preparamos
muito bem tecnicamente e fisicamente, mas só isso não é o suficiente. Também pesa o lado emocional, para mim conta 99%, e
sentimos isso", declarou.
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