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HIPISMO
País tenta manter tradição de pódio na equipe e quebrar tabu individual
EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Liderada pelo cavaleiro Rodrigo
Pessoa, a seleção brasileira de saltos inicia hoje sua campanha em
Atenas com dois desafios: subir
ao pódio pela terceira vez seguida
na disputa por equipes e tentar a
inédita medalha individual.
A atração em relação aos bronzes ganhos pela equipe em Atlanta-96 e Sydney-00 é a presença de
uma amazona no time: Luciana
Diniz-Knippling, 33, sobrinha de
Abílio Diniz, do Grupo Pão de
Açúcar. Ela vive na Alemanha,
onde se casou com o cavaleiro
Andreas Knippling.
"Chego confiante. O somatório
dos últimos resultados mostra
que a equipe está bem", disse Luciana, que conquistou seu primeiro título aos oito anos, no adestramento. Começou a saltar aos 11.
Depois de um ano e meio afastada
dos treinos, voltou em 2003.
"Nossa equipe é forte", declarou
Álvaro Affonso de Miranda Neto,
o Doda, 31. Rodrigo Pessoa, 32,
vai montar Baloubet du Rouet,
que ficou bastante conhecido do
público brasileiro ao refugar na final da Olimpíada de Sydney,
quando o conjunto era tido como
favorito ao ouro. Pessoa é vice-líder no ranking mundial. Mas o líder, o cavaleiro alemão Marcus
Ehning, desistiu de participar dos
Jogos, deixando o brasileiro como
o número um em Atenas.
"Não tenho sentimento negativo", respondeu Pessoa sobre o
fracasso em Sydney. "Conseguimos manter o cavalo, agora talvez
melhor. Peço paciência", disse o
cavaleiro, que acaba de ser pai.
Cecília, filha de Pessoa e da norte-americana Keri Potter, nasceu no
último dia 2, em Bruxelas, na Bélgica, onde ele vive e treina no centro hípico do pai, Nelson Pessoa, o
Neco, técnico da equipe.
Bernardo Resende Alves, 30,
completa a seleção. "Como é a minha primeira Olimpíada, o lado
emocional é maior, mas nada deve atrapalhar", falou Alves.
Os membros da equipe brasileira moram na Europa, uma condição essencial na opinião de Neco
para se alcançar desenvolvimento
no hipismo. "Lá estão os melhores, e as competições não param."
O circuito europeu ainda é uma
barreira para os brasileiros, mas a
modalidade oferece oportunidades para eles competirem como
convidados em torneios.
Uma novidade nesta Olimpíada
é a disputa de provas à noite, o
que não ocorreu nas duas campanhas de sucesso dos brasileiros.
Esse fato, no entanto, não é motivo de preocupação.
"A iluminação é boa, e o piso da
pista também", declarou Doda.
Mas ele observou um ponto que
causa apreensão no campo de
prova: um telão. "O animal pode
estranhar o movimento das imagens projetadas, quando estiver
de frente", disse.
Os obstáculos e a disposição deles só serão conhecidos no dia da
prova no Centro Eqüestre Markopoulo, local das disputas.
Para hoje (3h de Brasília) está
programada a primeira etapa das
eliminatórias individuais; terça-feira, de manhã e à noite, a competição por equipes, que também
vale como a segunda etapa das eliminatórias individuais; na sexta-feira, com os classificados definidos, acontecem as finais que
apontarão o campeão individual.
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