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Temporada 2002 do Nacional vê ascensão inédita de clubes de fora dos grandes centros do país
Brasileiro pode promover a maior festa do interior
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Campeonato Brasileiro-02
tem a grande chance de levar o
poder da bola das capitais dos Estados para o interior.
Com quase metade da primeira
fase realizada, os cinco times da
competição que não ficam em capitais fazem bom papel e possuem chances reais de classificação às quartas-de-final.
Se pelo menos quatro passarem,
já será batido o recorde de participação do interior na galeria dos
oito melhores de um Nacional.
Até hoje, nunca um número superior a três agremiações de longe
das capitais ficaram nesse grupo.
E só uma vez um "caipira" levantou a taça -na edição de
1978, com o campineiro Guarani.
Quem puxa a fila agora é o Juventude, de Caxias do Sul, cidade
gaúcha de 360 mil habitantes.
Líder isolado da competição, o
time tem quase o mesmo número
de pontos (25) que, juntos, Grêmio e Inter (29), times de Porto
Alegre que já levaram cinco títulos nacionais para o Rio Grande
do Sul. "Ainda é muito cedo para
falar de título ou classificação",
diz Ricardo Gomes, o técnico que
comanda o Juventude, dono da
melhor defesa do certame.
Um dos clubes mais gloriosos
do país, o Santos, que há muito
tempo deixou de mandar jogos
em São Paulo, é outra agremiação
de fora das capitais em bom momento. O time começou a rodada
na terceira colocação e está próximo de voltar à fase decisiva de um
Brasileiro, o que não acontece
desde a temporada 1998, quando
também era treinado por Leão.
Pelo terceiro ano seguido, o São
Caetano coloca em destaque uma
cidade da região metropolitana
paulista entre as melhores do
principal campeonato do país.
Com um aproveitamento de
100% em seu acanhado estádio, o
clube do ABC iniciou a jornada
deste final de semana no sétimo
posto da classificação.
"O São Caetano é um time médio", afirma Mário Sérgio, o técnico do clube, evitando colocar a
equipe, duas vezes vice, na lista
dos favoritos ao título nacional.
Os dois representantes de Campinas não estão longe da zona de
classificação. Revigorado depois
da contratação de Jair Picerni, o
Guarani era o nono colocado antes do início da rodada. Isso tendo
uma partida a menos do que sete
dos oito adversários que estavam
à sua frente na tabela.
Já a Ponte Preta ocupava o 13º
lugar, também com uma partida a
mais por fazer do que a maior
parte de seus concorrentes.
Entre os cinco clubes de fora das
capitais, o time alvinegro de Campinas foi o que colheu os melhores resultados nos últimos anos
-ficou entre os oito primeiros do
Brasileiro em 1999 e 2001.
Vexame
Se os interioranos brilham, boa
parte dos tradicionais clubes das
capitais brasileiras agonizam.
Palmeiras e Vasco começaram a
rodada deste final de semana na
zona de rebaixamento. O Fluminense e de novo o Palmeiras tinham as piores defesas do Nacional. E o Cruzeiro não sabe o que é
ganhar dois jogos seguidos pela
competição desde 2000.
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