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AUTOMOBILISMO
Pneus Bridgestone são responsáveis pelo fraco desempenho do time na classificação para o GP de Mônaco
"Inimigo íntimo" joga a Ferrari para trás
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MÔNACO
Sem concorrentes entre as outras equipes da F-1, a Ferrari finalmente foi derrubada ontem. Por
um adversário interno, um "inimigo íntimo": a Bridgestone, sua
fornecedora de pneus.
Hexacampeão mundial, vencedor de todos os GPs do ano, pole
quatro vezes na temporada, Michael Schumacher larga em quarto em Mônaco. Seu companheiro,
Rubens Barrichello, sai em sexto.
A pole, pela primeira vez, é de
Jarno Trulli, da Renault. Ao seu
lado, Jenson Button, da BAR. Fernando Alonso, companheiro de
equipe do italiano, é o terceiro.
A largada para o GP de Mônaco,
sexta etapa do Mundial, acontece
às 9h (de Brasília), com TV.
Em comum, Trulli, Button e
Alonso pilotam carros com pneus
Michelin, que há dois anos dominam os treinos e as corridas nas
ruas do principado. Além deles,
Ralf Schumacher, da Williams,
outra cliente da fábrica francesa,
ficou à frente das Ferrari -mas
como teve que cumprir punição
por ter trocado o motor, largará
apenas do 12º posto.
"É maravilhoso conseguir a primeira pole aqui em Mônaco. É o
lugar ideal para largar em primeiro, por causa da dificuldade para
ultrapassar", disse Trulli, que fechou sua volta lançada em
1min13s985, recorde do circuito.
Os únicos que ameaçaram o italiano foram os pilotos da BAR.
Takuma Sato fez o primeiro trecho do circuito mais rápido, mas
errou na saída do túnel. Button
repetiu a dose ao abrir a volta,
mas também perdeu tempo depois. "O carro estava escapando
um pouco de frente. Por isso que
o Sato errou", disse o inglês.
À Ferrari, restou a decepção.
Schumacher, que havia liderado
todos os treinos livres, ficou a
0s513 de Trulli. Barrichello, que
ainda sofre para encontrar o balanço do carro, ficou a 0s731.
"Fiquei desapontado. Estou
muito longe de onde gostaria.
Agora vamos ver o que podemos
fazer para a corrida", disse o alemão, que busca hoje bater o recorde de vitórias sucessivas em
um início de ano -cinco, empatado com Nigel Mansell, em 92.
"Não vai ser fácil", limitou-se a
dizer Barrichello, que fez seu pior
treino classificatório desde o GP
da França do ano passado.
A política da Ferrari foi a de
poupar críticas à Bridgestone.
Mas Felipe Massa, brasileiro, piloto da Sauber e responsável por alguns testes da escuderia italiana,
deu a dimensão do problema. "O
pneu da Bridgestone está esfarelando nesse asfalto. A Michelin
sempre foi superior aqui e isso se
repetiu agora", disse Massa, que
também usa os pneus japoneses.
Foi em Mônaco, no ano passado, que Williams e McLaren começaram a reagir ao domínio da
Ferrari. Acabaram levando a disputa do título até a última prova.
Dificilmente o roteiro se repete
neste ano. Mas em Mônaco a F-1
volta a respirar. E a imaginar, pelo
menos por um domingo, outro
piloto erguendo a taça.
NA TV - GP de Mônaco, Globo,
ao vivo, às 9h
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