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QUARTAS/ ONTEM
Pior erro foi anulação do que seria o "gol de ouro" da Espanha
Juiz faz Coréia ser 1º asiático em uma semifinal
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A GWANGJU
Uma torcida fanática, fôlego de
sobra e um pouco de sorte. Não
bastasse tudo isso, a Coréia do Sul
contou com uma grande ajuda da
arbitragem para se tornar o primeiro país asiático a chegar às semifinais de uma Copa do Mundo.
A vaga foi conquistada ontem
em Gwangju (Coréia), contra a
Espanha, por 5 a 3 nos pênaltis,
depois do empate sem gols no
tempo normal e na prorrogação.
Nesta terça-feira, em Seul, um
dos anfitriões do primeiro Mundial asiático desafia a Alemanha
em busca de um lugar na decisão.
Os espanhóis, que mais uma vez
não traduzem em bons resultados
o favoritismo que quase sempre
possuem, saíram de campo revoltados com o trio de arbitragem.
Motivos para isso não faltaram.
Depois de beneficiados contra a
Itália, pelas oitavas-de-final, os
sul-coreanos só não deixaram o
torneio ontem por uma sequência
de erros crassos do egípcio Gamal
Ghandour e dos dois auxiliares.
Por três vezes a bola chegou a
entrar, mas os lances foram anulados de forma errada. Vários impedimentos também não ocorreram. No último minuto da prorrogação, com um escanteio para a
Espanha, o jogo acabou sem a cobrança. Na disputa de pênaltis, o
árbitro permitiu que o goleiro Lee
Woon-jae fosse até quase a linha
da pequena área para defender a
cobrança de Joaquín, a única desperdiçada pelas duas equipes.
"Não nos deixaram vencer",
disse o volante Helguera, num resumo do clima espanhol após a
eliminação. "Todo time que perde reclama", rebateu o holandês
Guus Hiddink, técnico da Coréia,
ao negar que sua equipe só esteja
nas semifinais por causa do juiz.
A marcação da arbitragem sobre a Espanha começou já na primeira etapa, mas a falha mais gritante ocorreu no início da prorrogação, quando acabou anulado o
que seria o "gol de ouro" do time.
Influenciado pela marcação do
auxiliar Michael Ragoonath, de
Trinidad e Tobago, Ghandour
considerou que antes de um cruzamento de Joaquín, que acabou
numa cabeçada perfeita de Morientes, a bola teria saído, o que ficou longe de acontecer.
Após a derrota nos pênaltis, em
que o goleiro Casillas não repetiu
a boa performance contra a Irlanda, nas oitavas-de-final, vários jogadores espanhóis partiram para
cima de Ragoonath, que só escapou de agressões pela interferência de outros atletas. Enquanto isso, os sul-coreanos celebravam,
com 40 mil pessoas vestidas de
vermelho, a vaga nas semifinais.
"Pensei que, nas quartas-de-final, não seriam tão descarados,
mas, após isso, vejo que não ligam
para nada", protestou o técnico
espanhol José Antonio Camacho.
Mesmo como anfitriã, a Coréia
não tem a mesma força nos bastidores que o Brasil, que também já
foi beneficiado nesta Copa.
Enquanto o principal dirigente
brasileiro, Ricardo Teixeira, é vice
da comissão de arbitragem e aliado de primeira hora da situação, a
Coréia é oposição. O presidente
da federação do país, Chung
Mong-joon, foi um dos articuladores da derrotada chapa de oposição na última eleição da Fifa.
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