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Clube paulista bate Sport e é campeão da Série B apesar de campo, jogador expulso e discussões nos bastidores
No agreste, Palmeiras vence contra tudo
DO ENVIADO A GARANHUNS
O Palmeiras encontrou forças
na adversidade e conseguiu ontem à noite o inédito título da Série B. O time obteve uma virada
de 2 a 1 sobre o Sport quando perdia com um jogador a menos, em
um campo com gramado sofrível.
Edmílson, o herói do jogo, ao
marcar o segundo gol, quebrou
um jejum de seis partidas.
Apesar de antes do jogo Marcos
ter se desculpado por ter criticado
o gramado local sem tê-lo conhecido, o campo duro de Garanhuns
pareceu dar o tom do primeiro
tempo da partida.
Nesse cenário, a bola corria
mais rápido que o normal e quicava bastante. O jogo, ao mesmo
tempo em que ganhou velocidade, perdeu organização.
O Sport começou com o domínio das ações, levando a bola e utilizando os lançamentos precisos
de Vágner Mancini e Nildo para
os atacantes. Weldon e Ricardinho se alternavam explorando as
subidas do lateral-esquerdo Lúcio, que não estava bem na marcação e fazia muitas faltas.
No contragolpe do Palmeiras,
no entanto, o time de Hélio dos
Anjos falhava na marcação, deixando apenas dois zagueiros sem
cobertura marcando Vágner e
Edmílson. Assim, a primeira
oportunidade de gol foi do Palmeiras. Aos 5min, Edmílson recebeu lançamento na esquerda,
dentro da área, e bateu rasteiro
para boa defesa de Maizena.
Com o passar do tempo, no entanto, o Palmeiras, que errava
muitos passes, parou de atacar e o
jogo foi dominado pelo clube pernambucano, que sempre explorava o lado esquerdo da defesa paulista. Aos 9min, Ricardinho recebeu lançamento por ali e cruzou
para Valdir Papel, que foi desarmado quando ia tentar o gol.
Aos 17min, em outro cruzamento, Marcos deu rebote e Ricardinho chutou para fora, com o
goleiro fora de posição. Aos
32min, Ricardinho invadiu a área
e se jogou, pedindo pênalti. O juiz
mandou seguir o lance.
O Sport permaneceu atacando
até o fim da primeira etapa. Já o
Palmeiras ficou atrás e pouco fez
para ameaçar o gol de Maizena.
No intervalo, conselheiros do
Sport foram reclamar com Virgílio Elísio, diretor do Departamento Técnico da CBF, presente à partida. Diziam que o juiz Heber Roberto Lopes estava prejudicando
o Sport por não ter marcado o pênalti sobre Ricardinho. Diziam,
inclusive, que não dariam cobertura policial ao árbitro após a partida e chamaram a CBF de máfia.
Após a confusão, no segundo
tempo, o Palmeiras voltou bem
melhor e passou a dominar o jogo. Edmílson, aos 11min, invadiu
a área sozinho, e Maizena salvou
com grande defesa.
O Palmeiras era superior, mas
um minuto depois, Ricardinho
sofreu falta de Gláuber na entrada
da área paulista. O zagueiro Gaúcho cobrou com força e abriu o
placar em Garanhuns, 1 a 0 para o
clube pernambucano.
A partida começou a tomar tons
dramáticos para o Palmeiras. Logo depois do revés, Adãozinho
agrediu um jogador do Sport sem
bola e foi expulso pelo árbitro.
Com um jogador a menos e sem
opção, o Palmeiras se lançou à
frente. A estratégia, apesar de desorganizada, deu certo, já aos
21min. Em um escanteio cobrado
por Élson, Magrão subiu sozinho
e desviou de cabeça, empatando.
Com o gol palmeirense, o jogo
ficou ainda mais dramático. O
Sport atacava, mas deixava todo o
contragolpe para o time de São
Paulo. Assim, aos 31min, o atacante Edmílson recebeu sozinho
de Diego Souza e marcou o gol do
título, o da volta à elite.
Após o lance, a torcida do Sport
começou a deixar o Gigante do
Agreste. Seu time, bravamente,
partiu para cima e bombardeou o
Palmeiras, sem sorte, até o apito
final do jogo, que trouxe um alívio
após os 370 dias de Série B do time
do Parque Antarctica.
Quem ficou pôde ver ainda os
jogadores comemorarem ajoelhados, no meio do campo, a virada e o título que redimiu o elenco
palmeirense.
(FERNANDO MELLO)
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