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Brasil bate Rússia sob vigilância de espiões italianos
Fora das finais da Liga, Itália tem permissão da federação de vôlei para filmar a vitória brasileira no Maracanãzinho
Bernardinho fica irritado e afirma que time europeu, batido pelos brasileiros na decisão da Olimpíada-2004, esconde o jogo para Pequim
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Diante dos olhares de espiões
italianos, a seleção brasileira
venceu ontem a Rússia, por 3 a
0 (25/23, 25/18, 25/15), no Maracanãzinho, na abertura da fase final da Liga Mundial.
Com um bom saque e contando com a ajuda dos russos,
que erraram muito, o time de
Bernardinho não teve dificuldades para vencer os principais
adversários do grupo. Amanhã,
a seleção enfrentará o Japão, a
mais fraca equipe do torneio.
Os japoneses só estão disputando a final da Liga por receberem convite da FIVB (Federação Internacional de Vôlei).
Mesmo sem competir nesta
fase, os italianos filmaram e fizeram estatísticas do confronto
de ontem autorizados pela
FIVB, em decisão tomada na
véspera. Ao lado de Brasil, Rússia e Sérvia, a Itália é uma das
candidatas à medalha de ouro
nos Jogos de Pequim.
Na noite de anteontem, os
italianos encaminharam um
pedido formal aos dirigentes da
federação internacional para
trabalhar no jogo, o que o regulamento da competição impede. De acordo com as regras,
apenas as seleções que disputam a fase final do torneio no
Rio podem filmar e fazer estatísticas próprias no Rio.
"Mais uma vez eu critico a federação internacional. O regulamento da competição diz que
não se pode fazer nada disso,
mas ontem [anteontem] nos
vieram perguntar se as outras
seleções poderiam filmar e fazer estatísticas na fase final da
Liga. Não fui contra porque depois vão dizer que estou travando os caras, mas acho que, se
eles optaram por ficar escondidos, tinham que ficar treinando
lá", comentou Bernardinho.
Antes, ele havia criticado a
FIVB por ter convidado o Japão para o torneio no Rio -veio
com a delegação incompleta.
Apenas nove atletas japoneses
desembarcaram no Brasil. A
FIVB já anunciou que punirá o
Japão. Fora da fase final por
causa da campanha irregular
na competição, a equipe italiana poderia ser convidada da federação, no lugar do Japão.
Segundo Fabrizio Rossini,
assessor da FIVB, a permissão
para os italianos entrarem no
Maracanãzinho foi discutida
com as seleções numa reunião
na terça e aprovada por todas. A
Venezuela, dirigida pelo brasileiro Ricardo Navajas, também
fez o mesmo tipo de trabalho.
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