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Judô faz cartilha para adaptação ao fuso
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
A maratona de treinos nos
quatro anos do ciclo olímpico
chega perto do fim com uma
nova, desgastante e obrigatória
etapa: mais de 24 horas entre
aviões e aeroportos, coroadas
com descompasso de 11 horas
no fuso, que separam os relógios de Brasília dos de Pequim.
Na reta final rumo à Olimpíada, a viagem para a Ásia merece
um planejamento especial, detalhado. Ontem, por exemplo,
os 13 judocas que embarcaram
para aclimatação em Tóquio
receberam um documento com
recomendações para melhor
adaptação ao fuso horário.
As recomendações são divididas em três etapas. Englobam
das 48 horas anteriores ao embarque até os primeiro dias da
aclimatação na Ásia.
Nos dias anteriores ao embarque, os atletas são orientados a atrasar suas rotinas diárias em uma hora. Os que não
vivem em São Paulo -de onde
partiu a equipe, primeiro para
Toronto e de lá para Tóquio-
foram aconselhados a viajar na
véspera para a cidade.
Para ajudar o metabolismo a
entrar no horário japonês (uma
hora além do fuso de Pequim),
a primeira dica é ajustar o relógio conforme o destino final
(adiantando-o 12 horas).
"Tem que lutar contra, e não
é fácil. Quando apagam as luzes
do avião, por exemplo, não consigo evitar dormir", diz o bicampeão mundial João Derly,
veterano de idas ao Japão.
Os judocas foram orientados
a evitar dormir nas primeiras
seis horas do vôo entre Guarulhos e Toronto, que deixaria
São Paulo às 21h30 de ontem.
A chegada ao Canadá, para
uma espera de seis horas pela
conexão, estava prevista para
7h20 no horário local. Por isso
o documento faz um alerta aos
judocas: "Lembre-se de que,
quando você sair de Toronto, já
serão quase 3h em Tóquio. Por
isso, duas horas antes, evite
ambientes muito iluminados".
No vôo entre Canadá e Japão,
a sugestão é dormir nas oito horas iniciais. A chegada está prevista para 15h50 (horário de
Tóquio), e a orientação é forçar
a vigília até 21h30. Para lutar
contra o sono, a dica é buscar
lugares iluminados.
Nos primeiros dias na Ásia,
quando os atletas serão monitorados com questionários para avaliar sua adaptação, o pedido é para não fecharem as
cortinas antes de dormir.
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