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Sem Liedson, Geninho aposta alto
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
É pelo alto que o técnico Geninho, do Corinthians, espera amenizar hoje a pressão da torcida do
clube para tirá-lo do cargo.
Contra o Internacional, no Pacaembu, às 18h, o treinador quer
que o time volte a usar a cabeça.
Essa foi a forma com a qual a
equipe marcou 33% de seus 42
gols neste Brasileiro.
O Corinthians, aliás, é o time
que mais marcou de cabeça no
campeonato: foram 14. Mas a fonte secou. Há sete partidas que a
equipe não faz gols dessa maneira. A última vez que isso ocorreu
foi contra o Grêmio, com o gol de
Abuda na vitória por 1 a 0.
Por isso, Geninho utilizou a
maior parte do treinamento de
anteontem cruzando bolas na
área para seus atletas.
"Está havendo empenho. O
aproveitamento é que não tem sido dos melhores. Estamos com
um período curto para trabalhos
específicos, por isso estamos pecando nos fundamentos", disse o
treinador, que também fez seus
comandados chutarem a gol.
Os erros de finalização, na opinião de Geninho, impediram o
Corinthians de sair com duas vitórias em casa, contra Figueirense
e Vasco. Nesse aspecto, ele tem razão: o Corinthians acerta somente
37,9% das finalizações -nos últimos sete confrontos em casa, não
conseguiu marcar mais do que
um gol por partida.
"A situação está difícil. Está faltando um pouco mais de tranqüilidade na hora de finalizar os lances", avaliou o capitão Rogério,
que ontem se machucou e está fora do jogo de hoje.
Para piorar, o Corinthians não
terá Liedson, seu artilheiro, contra os gaúchos. O atacante deve se
transferir para o Sporting, de Lisboa. O Corinthians só aguarda o
envio, por fax, da proposta dos
portugueses para saber qual é sua
porcentagem pela venda do atacante e, assim, liberá-lo.
Além da falta de gols do time,
Geninho terá hoje a desagradável
missão de convencer os torcedores a apoiá-lo. O treinador, que
perdeu o respaldo da Gaviões da
Fiel após o empate com o Vasco,
foi hostilizado por integrantes da
organizada no Pacaembu.
O presidente da torcida, Ronaldo Pinto, chegou a dizer que Geninho poderia ser substituído por
um cone. "Seria a mesma coisa."
Hoje, a Gaviões promete realizar um protesto pela saída do técnico ao final da partida.
O treinador foi diplomático ao
comentar a ira dos torcedores
contra ele. "Eles têm o direito de
protestar. Até agora, a Gaviões
sempre nos apoiou, e eu respeito a
opinião deles. O que eu não posso
fazer é deixar isso atrapalhar meu
trabalho", afirmou o técnico, que
disse preferir que a pressão da torcida recaia sobre ele. "Enquanto
for pára-raio do grupo, melhor.
Assim o time joga tranquilo, até
porque eles resolvem dentro de
campo, e vitória acaba com crise."
NA TV - Sportv, às 18h, ao
vivo (menos para São Paulo)
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