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F-1
Cada vez mais acossado no Mundial, pentacampeão larga só em oitavo no GP da Hungria, sua pior posição em cinco anos
Schumacher decepciona e desaba no grid
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE
Michael Schumacher parece cada vez mais longe do "1" que o
consagrou. Do "1" que sempre foi
sua obsessão, que carrega em sua
Ferrari há três temporadas.
Ontem, em Budapeste, o piloto
alemão foi apenas o oitavo colocado no grid para o GP da Hungria, 13ª etapa do Mundial de F-1.
É sua pior posição de largada
desde o GP da Alemanha de 1998.
É seu quarto pior grid em 123 corridas pela escuderia italiana.
Schumacher ampliou, ainda,
seu jejum de primeiros lugares.
Sua última pole foi no GP da Áustria, em maio. Hoje, dificilmente
encerrará a série sem vitórias -a
última foi no Canadá, em junho.
E não é só isso. Pela terceira corrida seguida, o alemão larga atrás
do companheiro de equipe -Rubens Barrichello sai em quinto lugar-, fato inédito em suas 13
temporadas na F-1.
Massacrado pelas estatísticas,
restaram ontem ao pentacampeão declarações evasivas e um
sorriso amarelo. "Obviamente estou um pouco desapontado. Agora temos que tentar entender o
porquê desse tempo tão ruim e
pensar na estratégia da prova."
Foi o mesmo sentimento de
Jean Todt, diretor esportivo da escuderia. "Foi um treino decepcionante. Depois dos treinos da manhã, achei que poderíamos conseguir alguma coisa melhor. Só posso dizer que vamos tentar o máximo amanhã [hoje]", disse.
Questionado sobre a possibilidade de ter que dar passagem para o companheiro, Barrichello
não quis tocar no assunto. "Estou
preocupado com a minha prova,
só", afirmou o brasileiro.
Na pole position, pela segunda
vez na carreira, larga Fernando
Alonso, da Renault. Ralf Schumacher sai ao seu lado. A largada para o GP da Hungria acontece às
9h, com transmissão pela TV.
"A primeira curva vai ser muito
difícil. É rápida e bastante apertada. Espero chegar lá antes que todo mundo. A Michelin está mais
forte aqui final de semana e espero que continue assim até o fim do
ano", declarou Alonso, referindo-se à vantagem dos pneus franceses sobre os Bridgestone, que
equipam a Ferrari.
Entre os principais adversários
do pentacampeão na luta pelo título, quem se deu melhor foi Juan
Pablo Montoya: sai em quarto.
Kimi Raikkonen larga em sétimo, mas com a vantagem de estar
do lado limpo da pista -em
Hungaroring, o lado par, à direita,
é sempre tomado por detritos, o
que pode atrapalhar a largada.
Caso a corrida termine da maneira que começar, Schumacher
verá sua vantagem para Montoya
no Mundial cair de seis para dois
pontos. Faltarão, ainda, três etapas para o fim da temporada: Itália, EUA e Japão. Nas duas primeiras, teoricamente, o favoritismo é
da Williams do colombiano.
Desde o GP de Mônaco, prova
que marcou a virada da Williams
no Mundial, Montoya conquistou
50 pontos em 60 possíveis.
Schumacher e seu irmão, Ralf,
fizeram o mesmo, apenas 33.
A situação em Hungaroring
surpreende, principalmente por
se tratar de um circuito sempre favorável à Ferrari. Foi na Hungria,
por exemplo, que o alemão conquistou o tetra, em 2001. No ano
passado, a Ferrari fez pole, venceu
e cravou a melhor volta.
O jogo virou tanto que até Montoya admitiu ontem ter mudado o
estilo. "Poderia ter ido melhor,
mas decidi não arriscar. Estou lutando pelo campeonato e será importante sair na frente do Michael", disse, certo de que já não
está mais sonhando alto.
NA TV - GP da Hungria, Globo,
ao vivo, às 9h
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