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FUTEBOL
Ronaldinho é reverenciado e ofusca pódio argentino
Adversários, a começar por Maradona, badalam o jogador brasileiro
Atraso no vôo, assentos na classe econômica e rixa entre COB e CBF marcam último dia da seleção de futebol do Brasil na China
DO ENVIADO A PEQUIM
No seu último dia na China,
quando recebeu a medalha de
bronze, a seleção brasileira
masculina de futebol repetiu o
que foi a sua sina na Ásia.
Em 24 horas, o time viu badalação a Ronaldinho, viagens
fora do padrão da equipe e mais
um round na disputa entre a
CBF e o COB. Mas, ao contrário
de Atlanta-1996, apareceu para
receber a medalha que é a terceira na hierarquia olímpica.
O time deixou Xangai, onde
venceu a Bélgica, com atraso
por causa do tempo. Jogadores
e comissão técnica sentaram-se na classe econômica.
Desta vez, Ronaldinho foi
quem botou ordem depois que
fãs impediram a decolagem por
estarem fora de seus assentos
em busca de autógrafos e fotos.
"Madrinha, senta, senão o
avião não arranca", disse o jogador para uma senhora.
Na cerimônia de premiação,
Ronaldinho ofuscou até os argentinos, que ficaram com o
ouro após vencerem a Nigéria.
Com a medalha no peito e a
imagem no telão, o astro do Milan foi mais aplaudido do que
qualquer argentino. Além disso, vários deles, incluindo Riquelme, pediram para tirar foto
com Ronaldinho, que chegou a
falar no celular no pódio.
E o melhor ocorreu quando
Maradona entrou no campo.
Antes de celebrar com os compatriotas, ele deu um abraço no
brasileiro e beijou sua mão.
Momento bonito, mas que
aconteceu em um dia de mais
picuinhas entre CBF e COB.
A seleção recebeu a medalha
com uniforme da Nike, ao contrário do que fez o time feminino, que ganhou a prata com
roupas da Olympikus, a fornecedora do comitê olímpico.
Segundo o COB, havia um
acordo para que o futebol usasse seus uniformes nas viagens,
na Vila Olímpica e na premiação. Segundo a assessoria da
CBF, o acordo valia só para os
dois primeiros lugares.
A verdade é que a CBF considera que não teve o apoio do
COB em algumas questões, como na tentativa dos clubes europeus de tirar Rafinha e Diego
da Olimpíada e na obrigatoriedade de entrar em campo sem o
escudo da CBF.
(PAULO COBOS)
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