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BEISEBOL
Esporte oferece seus astros para voltar aos Jogos
Inclusão de jogadores da MLB, a liga profissional norte-americana da modalidade, é trunfo para retorno aos Jogos Olímpicos em 2016
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
No beisebol, quando o técnico resolve substituir o arremessador fora de um dos oito intervalos, ele primeiro entra em
campo. Caminha até o local de
onde são disparados os lançamentos para avisar o cérebro da
equipe que ele deixará o jogo.
A saída da modalidade do
programa olímpico lembrou
essa característica do esporte.
Ontem, o beisebol, que entrou no programa oficial em
Barcelona-1992, despediu-se
dos Jogos com uma surpresa: a
Coréia do Sul rompeu o domínio cubano (o país é tricampeão) e conquistou o ouro.
Pelo manhã (horário de Pequim), os EUA ganharam do
Japão por 8 a 4 e asseguraram o
bronze. Na platéia, Jacques
Rogge, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional),
acompanhou o confronto ao lado do americano Harvey Schiller, presidente da Federação
Internacional de Beisebol.
Antes de deixar o estádio
Wukesong, o principal dirigente do movimento olímpico comentou que Schiller -que trabalha para o retorno do esporte
em 2016- é bom de lobby.
Rogge afirmou que seria bom
para o beisebol ter na Olimpíada os grandes nomes da liga
profissional norte-americana
(MLB). Schiller diz que as negociações para isso se tornar
realidade estão avançadas.
À noite Rogge não viu a vitória sul-coreana sobre Cuba por
3 a 2, jogo que teve os principais
ingredientes motivadores de
elogios e críticas da presença
do beisebol na Olimpíada.
A partida que definiu a medalha de ouro levou 3h16min.
Os primeiros 28 minutos,
gastos na entrada inicial (primeiro tempo dos nove regulamentares do esporte) foram
marcados por dois home runs.
Os sul-coreanos abriram o
placar (2 a 0) com uma rebatida
para fora do campo de jogo. Cuba respondeu da mesma forma,
mas, como não tinha atletas nas
bases, o placar ficou em 2 a 1.
O jogo então ficou modorrento, sem atletas além da segunda base, por 90 minutos, o
tempo de um jogo de futebol.
Nesse intervalo, o público
aproveitou para ir às lanchonetes e aos bares do estádio.
Na sétima entrada (iniciada
com duas horas de jogo), os
asiáticos ampliaram para 3 a 1,
mas houve resposta dos cubanos. O jogo foi para a última entrada com 3 a 2 no placar.
Na última participação com o
bastão, Cuba chegou perto. Levou corredores às três bases,
enervou o receptor adversário
até causar sua expulsão, viu o
arremessador sair esgotado.
Mas, com o pitcher e o catcher reservas, os orientais detiveram os campeões olímpicos
com uma eliminação dupla.
Mostraram que, apesar de às
vezes arrastado, o beisebol é
tão emocionante como qualquer outro esporte olímpico.
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