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OLIMPÍADA
Entidades patrocinadas por estatais aguardam nova administração para saber se terão patrocínios renovados
Governo Lula gera
temor e esperança
em confederações
EDUARDO OHATA
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
As confederações esportivas nacionais patrocinadas por empresas estatais aguardam o início do
governo do presidente eleito Luiz
Inácio Lula da Silva com uma
mescla de medo e esperança.
O motivo é que o investimento
destas em patrocínio, incluindo
renovação de contratos, depende
de diretrizes do governo federal.
"Esperamos renovar com a CEF
em 2003, mas precisamos descobrir qual a direção do novo governo. Há muitos boatos, porém não
houve nenhum anúncio. Temos
de esperar o Lula assumir", analisa Martinho Nobre dos Santos,
secretário-geral da Confederação
Brasileira de Atletismo.
"[Se o patrocínio acabar], a
CBAt não vai parar de funcionar,
os maiores prejudicados serão os
atletas. Cerca de 60% do dinheiro
é distribuído entre atletas e treinadores", afirma, ao acrescentar que
o planejamento para 2003 foi enviado à Caixa em agosto.
Discurso igual é adotado pela
Federação Brasileira de Vela e
Motor. "Acho que essa conversa
de que as estatais vão parar de patrocinar é só com relação ao futebol. Caso acabe o patrocínio, o
que acontece? Ninguém quer ver
o esporte de alto rendimento acabar", afirma Robinson Hassellman, vice-presidente da entidade.
"O dinheiro de nosso contrato
[com a Petrobras], uns 99%, vai
para o pagamento de ajuda de
custo a atletas e a manutenção da
seleção olímpica permanente."
O presidente da Confederação
Brasileira de Desportos Aquáticos, Coaracy Nunes, projeta expectativa "altamente positiva"
quanto à renovação com os Correios. "Eles estão felizes e não vão
deixar de nos patrocinar. O deputado Gilmar Machado [do PT-MG, relator do Estatuto do Desporto] disse que o Lula vai apoiar
o esporte. E quem faz esporte é o
COB e as confederações." A Folha, porém, apurou que Nunes,
que anteontem esteve em Brasília
para acompanhar o Brasileiro dos
funcionários dos Correios, tem
demonstrado preocupação.
A Confederação Brasileira de
Vôlei está em posição mais confortável, pois seu contrato com o
Banco do Brasil estende-se até
2004. Apesar de o presidente da
entidade, Ary da Graça, acreditar
que não enfrentará problemas na
continuidade do contrato, o dirigente "quer esperar para ver o que
o novo governo vai fazer".
A Confederação Brasileira de
Automobilismo não tem patrocínio estatal, mas vários eventos ligados à modalidade contam com
apoio de empresas do governo.
O presidente da entidade, Paulo
Enéas Scaglione, diz acreditar ser
muito difícil o fim de apoio das estatais ao esporte. "O esporte tem o
retorno mais barato. Só vai acabar
[o apoio das estatais] se cortarem
totalmente as verbas promocionais, o que parece impossível."
Assim como o automobilismo,
a Confederação Brasileira de Tênis também não conta com patrocínio estatal, mas eventos ligados
à modalidade têm apoio do Banco
do Brasil. "A gente acerta acordo
por projetos e não um plano global. É lógico que a gente quer que
continue, mas em caso de término, os organizadores irão procurar outras empresas", diz Nelson
Nástas, presidente da CBT.
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