PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Roberto Rojas assumiu de vez a condição de técnico do São Paulo e resolveu deixar de lado a vocação do time para o ataque.
Hoje, contra o Grêmio, às 16h, pela primeira vez desde que assumiu interinamente o cargo, há 22 dias, o chileno colocará o time do Morumbi para jogar efetivamente sob um esquema pensado por ele: com três volantes, dando ênfase à proteção do setor defensivo.
Em outras palavras, a equipe que ainda não venceu fora de casa neste Brasileiro, mas iniciou a décima rodada com o segundo melhor ataque do campeonato (20 gols), deixará de lado sua vocação ofensiva para tentar sanar o crônico problema da defesa são-paulina, que já viu a bola balançar as suas redes por 18 vezes neste Nacional, em nove rodadas.
A escolha de escalar um time com meio-campo mais marcador para jogar no estádio Olímpico não é por falta de opção de jogadores com características ofensivas. Se quisesse manter o esquema com dois meias e dois volantes -o mais utilizado pelo time nos tempos de Oswaldo de Oliveira no Morumbi-, Rojas teria quem colocar em campo.
Além de poder escalar Kléber no ataque e manter Kaká no meio (hoje ele fará a dupla de frente com Luis Fabiano), o meia Ailton ainda seria outra solução.
"O São Paulo tem característica de sempre atuar no ataque, mas também é importante jogar com segurança", analisa o treinador.
A postura é aprovada pelos jogadores: "A gente fazia muitos gols, mas também levava muitos", afirma Kaká.
Rojas vem, aos poucos, implantando seu estilo de comando no São Paulo. Nos primeiros jogos como técnico, procurou mexer o mínimo possível na forma com que o time atuava sob o comando de Oswaldo de Oliveira.
"A gente foi passo a passo. Entrei em um momento em que o time tinha muita insegurança", justifica o chileno.
O panorama, que hoje se consolida com a escalação de Alexandre, Carlos Alberto e Júlio Baptista, começou a mudar na semana passada, no jogo com o Paraná.
Foram barrados Reinaldo, que era titular do time desde que chegou ao clube, no início de 2002, e Lugano, zagueiro contratado pessoalmente pelo presidente Marcelo Portugal Gouvêa.
Apesar de não ser o técnico efetivo, Rojas tem procurado se dedicar mais ao cargo. Na última semana, ele deixou de acumular as responsabilidades de treinador e preparador de goleiros.
Para treinar Rogério, Roger e companhia, foi chamado Haroldo, que desempenha a função nas categorias amadoras do clube.
Rojas, no entanto, mantém a posição adotada desde o início de dizer não ter vontade de seguir carreira como técnico.
"Um resultado ou outro não vai mudar meu pensamento", diz o ainda invicto treinador.