São Paulo, domingo, 25 de julho de 2004

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FUTEBOL

Em sua única finalização, atacante abre caminho para o Fluminense acabar com a série invicta da equipe de Tite

Romário derruba Corinthians de novo

Paulo Wrencher/Lancepress
Valdson, expulso ao final da partida no Maracanã, lamenta o gol de Romário, o 18º do atacante contra o Corinthians em 20 jogos


DA REPORTAGEM LOCAL

"Como todo mundo sabe, ganha quem faz gol." Mais simples que a explicação de Romário para o triunfo do Fluminense, só a maneira como ele ajudou a construir a vitória de 2 a 0 sobre o Corinthians, ontem, no Maracanã.
O atacante fez 1 a 0 em sua única finalização na partida, aos 36min do primeiro tempo. Esquerdinha levantou a bola, e Romário cabeceou da entrada da área, encobrindo o goleiro Fábio Costa.
Segundo computador usado pela TV Globo, o jogador estava impedido (35 cm adiante da zaga corintiana). Ninguém percebeu.
Um dia após encerrar duas semanas sem treinar, por causa de contusão, Romário voltou a castigar os corintianos. Foi seu 18º gol em 20 jogos contra os paulistas.
Dessa vez, ele ajudou a acabar com uma série de cinco jogos sem derrota da equipe de Tite. Em meio a dificuldades como a saída de Rogério, brigado com a diretoria, contratações malsucedidas, seguidas contusões e falta de reforços, o Corinthians tentava continuar como o time que estava havia mais rodadas sem perder. A última derrota acontecera no dia 4 de julho, para o Santos (3 a 2).
"Eles tiveram chances e não aproveitaram. Nos tivemos e marcamos", resumiu Romário.
A explicação é uma cópia fiel da partida de ontem. O Corinthians foi mais ofensivo, mas falhou na pontaria. Do outro lado, o Fluminense foi certeiro nos arremates.
Nunca neste Nacional o Corinthians finalizou tanto como ontem. Foram 17 conclusões, dez delas erradas, segundo o Datafolha. Em média, os comandados de Tite tentam o gol 9,4 vezes.
Quem finalizou mais foi o meia Fábio Baiano. Ele fez cinco arremates, mas só acertou um.
Romário terminou o primeiro tempo como o jogador que menos pegou na bola. Foram só cinco toques. Fez a mesma quantidade na etapa final e saiu de campo como o terceiro menos acionado da partida, entre os titulares.
No segundo tempo, o time do técnico Ricardo Gomes preocupou-se apenas com a defesa.
Aos 10min, Tite deixou seu time ainda mais ofensivo. Tirou o volante Bruno Octavio e colocou o atacante Alessandro, que fez sua estréia na equipe paulista.
Antes dos 20min, Marcelo Ramos entrou no lugar de Jô. De cara, o reserva, que ainda não marcou no Brasileiro, perdeu duas oportunidades para empatar.
A busca corintiana pelo empate e a vontade do Fluminense de se defender fizeram jogadores trocarem de posições no gramado. Do lado paulista, o zagueiro Valdson foi ao campo de ataque para ajudar na armação de jogadas.
Ao mesmo tempo, o meia Roger foi para a defesa e ajudou seu time a marcar. Cortou pelo menos quatro ataques do adversário.
Sem sair da defesa, o time de Ricardo Gomes viu uma série de cruzamentos e chutes errados.
Com dificuldade para entrar na área, o Corinthians tentou, em vão, os chutes de longa distância. Num deles, de Wendel, para fora, Marcelo Ramos discutiu com o volante por não receber a bola.
Nos últimos dez minutos, Tite apostou numa formação ainda mais ofensiva, sem nenhum dos dois volantes que começaram o jogo. Wendel deu seu lugar ao lateral-esquerdo Fininho. Porém nada mudou na partida.
Só nos acréscimos, o Fluminense contra-atacou. Esquerdinha chutou, e a bola desviou em Anderson, enganando Fábio Costa.
"Precisávamos pressionar o adversário para buscar o empate, por isso demos espaço para eles contra-atacarem. Foi uma pena nosso time perder tantas oportunidades", disse o atacante Gil.


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