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DOPING
Histórico do atleta é reunido em um só documento; entidade também deve colocar as informações na internet
Agência antidoping promove passaporte para o atleta "limpo"
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL
Entidade reguladora do combate ao uso de substâncias ilegais no
esporte, a Agência Mundial Antidoping (Wada, sigla em inglês)
está apostando em um programa
idealizado pelos próprios atletas.
Nos Jogos da Comunidade Britânica, encerrados no início do
mês em Manchester (ING), a
agência enviou uma equipe especialmente encarregada de promover o Passaporte do Atleta.
O passaporte é semelhante, no
formato, ao utilizado por uma
pessoa em viagens internacionais.
Segundo o proposto, serão registrados todos os exames pelos
quais passar um competidor.
Além do documento, a agência
está colocando no site do programa as mesmas informações. Cada
atleta cadastrado recebe uma senha com a qual tem acesso aos
seus dados e às informações de
domínio público, como calendário de exames, lista de substâncias
proibidas e legislação antidoping,
entre outras.
Segundo o projeto, todas as informações estarão disponíveis
aos comitês olímpicos nacionais,
às federações esportivas e às organizações antidoping de todo o
mundo, com o objetivo de incentivar a harmonização do combate
e a troca de informações.
O passaporte partiu de uma
proposta desenvolvida pela comissão de atletas do Comitê
Olímpico Internacional (COI).
A agência lançou-o oficialmente
nos Jogos de Inverno de Salt Lake
City, em fevereiro, depois de dois
anos de estudos -o COI mencionara o programa pela primeira
vez em Sydney-2000.
Nessa primeira oportunidade,
712 competidores aderiram.
Inicialmente, o passaporte será
destinado aos atletas de elite. Os
maiores beneficiados, estima a
Wada, serão aqueles que não utilizam substâncias proibidas e que
terão um documento referendado pela entidade como prova.
Embora afirme que a iniciativa
tem caráter educativo e refute
sanções a quem não quiser aderir,
a agência diz que pretende tornar
o passaporte uma referência.
"A intenção é que o documento
seja utilizado até no momento em
que um atleta assine um contrato
de patrocínio", exemplifica
Eduardo de Rose, membro do
conselho principal da entidade.
Para o futuro, a agência afirma
que pretende substituir o passaporte em papel por um cartão eletrônico, que guardaria as informações relativas ao atleta. E não
somente o histórico relacionado
ao doping, como também os resultados da carreira. O obstáculo,
diz a agência, são os altos custos.
"Como o programa planeja
atingir atletas de vários países, nós
devemos considerar os diferentes
níveis de acesso à tecnologia. Enquanto o cartão não puder ser
acessível e prático para todos, vamos utilizar o passaporte em papel", afirma Farnaz Khadem, diretora de comunicações da Wada.
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