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Estreante em Copas, sul-coreano é árbitro do jogo de estréia do Brasil
PAULO COBOS
ROBERTO DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS A SEUL
Um juiz de um país que nunca
teve árbitros numa Copa vai apitar a estréia da seleção brasileira,
contra a Turquia, no dia 3.
Esse país é justamente a Coréia
do Sul, sede do Mundial, e o juiz é
Kim Young-joo, 44, que tem como maior destaque de seu currículo a atuação na semifinal da Copa das Confederações de 1999, entre Estados Unidos e México.
Kim, um ex-lateral-direito que
atuou no time do Exército sul-coreano, quase abandonou a arbitragem após ficar fora da relação
de escolhidos do último Mundial.
No início do ano, quando foi
avisado de que integraria a lista
dos convocados, não acreditou a
princípio. Foi sua mulher quem
confirmou a notícia. Ela passara
os últimos dez anos rezando para
que Kim -que não frequenta a
igreja- chegasse à Copa.
Passado o "vestibular", sonhava
apitar a abertura. Ou, quem sabe,
a decisão. Ele é considerado um
obstinado pelos colegas. "É mais
difícil se tornar juiz da Fifa do que
presidente de um país. Os jogos
são duros. Se você comete um erro, repórteres e atletas podem
acabar com sua carreira", diz.
Kim vem de uma nação que, em
campo, tem tradição de ser violenta. As estatísticas das últimas
quatro Copas do Mundo, por
exemplo, revelam um time sul-coreano como o mais violento
que se viu em campo -no caso, o
posto cabe à seleção que o país
mandou ao torneio de 1990.
Ontem, a Fifa divulgou em Seul
a relação dos 32 nomes escolhidos
para comandar as duas primeiras
rodadas do Mundial.
Em sua segunda partida, contra
a China, a seleção terá um juiz
com currículo bastante diferente
do de Kim. O sueco Anders Frisk,
o escolhido, apitou a final da última Eurocopa, em que a França
bateu a Itália na prorrogação.
A abertura do Mundial caberá a
Ali Bujsaim, dos Emirados Árabes. E o jogo visto como o mais difícil da primeira fase, entre Argentina e Inglaterra, sobrou para uma
figura conhecida no futebol italiano -o careca Pierluigi Collina.
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