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COPA 2002
Contra um fuso de 12 horas, jornal se prepara para oferecer cobertura diferenciada e independente a seus leitores
Saiba por que ler a Folha durante a Copa
DA REDAÇÃO
O mais globalizado dos esportes rompe sua penúltima fronteira. Quando França e Senegal entrarem no gramado do Seul
World Cup Stadium, na manhã
desta sexta-feira, pela primeira
vez o Oriente (faltará a África) será o centro do planeta futebol. O
centro do primeiro Mundial dividido entre dois países.
A Copa Coréia/Japão será também a primeira inteiramente conduzida por Joseph Blatter, o suíço
ungido ao comando do futebol
após 24 anos de reinado do brasileiro João Havelange. A Copa que
servirá para a Fifa reabilitar as finanças dizimadas pelo escândalo
ISL. E que marca a (prometida)
retirada de Ricardo Teixeira, que
há 13 anos dita o futebol nacional.
Em campo, sete campeões
mundiais (Alemanha, Argentina,
Brasil, França, Inglaterra, Itália e
Uruguai). Se não houver intrusos,
a Copa desempatará a disputa entre Europa e América do Sul (oito
títulos para cada lado). E, pela primeira vez, terá a maior torcida do
mundo -1,2 bilhão de chineses.
Rivais históricos (invadida, a
Coréia foi colônia japonesa por
três décadas, a partir de 1910), os
países-sedes exibirão suas culturas milenares e um fôlego econômico e tecnológico que converteu
o Japão na segunda nação mais rica do mundo e a Coréia em um
dos chamados Tigres Asiáticos.
Recursos suficientes para transformar o Mundial em cenário futurista, de estádios moderníssimos, mas também militarizado.
Esta é a Copa do medo, a primeira
depois de 11 de setembro.
Não bastassem tantas marcas
históricas, o Mundial-2002 representará um desafio para a imprensa. O esforço para oferecer
um produto atrativo terá que ser
ainda maior por conta do fuso horário de 12 horas, gigantesco para
um jornal diário.
O Mundial, no Brasil, acontecerá entre a madrugada e o início da
manhã. Fugir do mero reflexo do
noticiário já exaurido do dia anterior será buscar compreender e
reportar a competição em seus
tempos: refletir o ontem, transparecer o hoje, antecipar o amanhã.
Para tanto, a Folha publica a
partir de amanhã o Copa 2002,
com novo projeto gráfico, impactante, profundo, mas ao mesmo
tempo claro, organizado, para
que o leitor enfrente com prazer o
emaranhado da competição.
A equipe que o jornal manda
para a Ásia é formada por 12 profissionais -nove repórteres e
dois fotógrafos e o colunista Tostão. Ao repórter especial Mário
Magalhães caberá a missão de elaborar um diário do Mundial. Munido de uma câmara digital, percorrerá a Coréia e o Japão para
mostrar os países que se escondem por trás do planeta bola.
Como de hábito, o leitor não deve esperar sinal de adesismo à seleção brasileira. Não deve esperar
críticas desmedidas ou infundadas. Deve esperar sim um jornalismo crítico, fundamentado e
distante de interesses alheios a sua
função, a de informar.
Há muito o futebol deixou de
ser mero esporte: é um fenômeno
de massas, um espetáculo, um negócio. Essas nuances não deixarão nunca a cobertura.
A Folha foi o primeiro jornal do
país a fazer uso de estatísticas para
analisar o futebol. Foi o jornal que
noticiou o escândalo da sonegação de impostos envolvendo a liberação da bagagem dos tetracampeões, em 1994. E o que primeiro desvendou que, horas antes da final da Copa da França, em
1998, Ronaldo sofreu uma crise
nervosa, e não uma convulsão.
Neste ano, a Folha não fará diferente. Após oito produtos especiais em 25 datas diferentes, se
prepara agora para oferecer a melhor cobertura da Copa.
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