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SEMIFINAIS/ HOJE
Dos 11 prováveis titulares, 9 apresentaram problema antes de jogo com turcos
"Baleada", seleção volta seus holofotes para equipe médica
DOS ENVIADOS A SAITAMA
Um integrante da comissão técnica que costuma viver à margem
dos holofotes ganhou nesta semana tanta atenção quanto estrelas
do porte de Ronaldo, Rivaldo e
Luiz Felipe Scolari.
Desde a vitória sobre a Inglaterra, na última sexta, o médico da
seleção José Luís Runco, 47, não
passou um dia sequer sem ser
procurado para entrevistas.
A seleção de ""baleados" conta
com 9 dos 11 prováveis titulares
para a semifinal de hoje. Marcos,
Cafu, Roque Júnior, Edmilson,
Lúcio, Roberto Carlos, Kleberson,
Rivaldo e Ronaldo passaram
-em maior ou menor escala-
por um período em tratamento.
Além de Ronaldo, que luta contra uma série de contusões musculares desde que voltou ao futebol, o atleta que mais recebeu
atenção da comissão médica foi o
goleiro Marcos. O palmeirense
passou no ano passado por uma
cirurgia no pulso esquerdo e tem
uma inflamação crônica em tendão do pé que o impede de bater
todos os tiros de meta do Brasil.
Anteontem, levou uma pancada
na parte interior da coxa no treino
e ficou ameaçado de não jogar.
Ontem, Runco liberou o jogador.
""Ele não tem mais dores. Vai jogar normalmente. Quanto ao problema no tendão, vamos administrando", afirmou Runco.
O médico também liberou Ronaldo, que sentia dores na coxa
direita por excesso de esforço
contra os ingleses. ""Ele vai suportar os 90 minutos. Treinou bem e
está recuperado", disse.
Além desses casos, Runco teve
que se preocupar com as pancadas sofridas por Rivaldo (joelho
esquerdo) e Edmilson (pé direito)
contra a Inglaterra, nas quartas.
""É normal esse tipo de lesão.
Mas os jogadores só estão sendo
liberados com 100% de condição.
Na semifinal, quem entrar será
com as duas pernas", disse o médico, em referência ao fato de Scolari ter dito que, nesta fase, escalaria até atleta com ""uma perna".
A comissão médica tem ainda
que se preocupar com os atletas
que têm contusões crônicas.
Cafu (lombalgia), Roque Júnior
(púbis) e Roberto Carlos (panturrilha direita) mais de uma vez fizeram tratamento diferenciado
para não agravar as lesões e conseguir jogar sem dor.
Os outros jogadores que hoje
iniciam a semifinal e que enfrentaram problemas médicos durante as três semanas de Copa do
Mundo foram Kleberson, que torceu o tornozelo em um coletivo
em Ulsan (Coréia do Sul), e Lúcio,
que levou uma pancada no joelho
contra os belgas, nas oitavas. Os
dois foram poupados em treinos.
""As contusões são normais no
futebol. O time está inteiro", completou o médico, que não conseguiu, no entanto, evitar o corte do
então capitão Emerson, que se
contundiu no ombro na véspera
da estréia da seleção na Copa-2002, contra a Turquia.
Para evitar um desgaste ainda
maior, a comissão técnica decidiu
diminuir a intensidade dos treinamentos na reta final da Copa.
Pela primeira vez em um mês,
os jogadores titulares ficaram dois
dias sem realizar nenhum treinamento com bola.
Os médicos Runco e Rodrigo
Lasmar e o preparador físico Paulo Paixão preferiram ministrar
sessões de relaxamento na piscina
aos que enfrentaram a Inglaterra,
rival que, na opinião da comissão
técnica, mais exigiu fisicamente
da seleção brasileira.
Apesar de Paixão dizer que o time está perto dos 100% em relação ao estado físico, há um temor
na comissão técnica com a possibilidade de a partida de hoje exigir
o tempo normal, a prorrogação e
a cobrança de pênaltis.
Se o Brasil passar pelos turcos
nessa situação, a tendência é que
os jogadores tenham mais dias de
descanso do que de trabalho até a
decisão em Yokohama, no próximo domingo.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG,
RODRIGO BUENO E SÉRGIO RANGEL)
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