São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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SEMIFINAIS/ HOJE

Dos 11 prováveis titulares, 9 apresentaram problema antes de jogo com turcos

"Baleada", seleção volta seus holofotes para equipe médica

DOS ENVIADOS A SAITAMA

Um integrante da comissão técnica que costuma viver à margem dos holofotes ganhou nesta semana tanta atenção quanto estrelas do porte de Ronaldo, Rivaldo e Luiz Felipe Scolari.
Desde a vitória sobre a Inglaterra, na última sexta, o médico da seleção José Luís Runco, 47, não passou um dia sequer sem ser procurado para entrevistas.
A seleção de ""baleados" conta com 9 dos 11 prováveis titulares para a semifinal de hoje. Marcos, Cafu, Roque Júnior, Edmilson, Lúcio, Roberto Carlos, Kleberson, Rivaldo e Ronaldo passaram -em maior ou menor escala- por um período em tratamento.
Além de Ronaldo, que luta contra uma série de contusões musculares desde que voltou ao futebol, o atleta que mais recebeu atenção da comissão médica foi o goleiro Marcos. O palmeirense passou no ano passado por uma cirurgia no pulso esquerdo e tem uma inflamação crônica em tendão do pé que o impede de bater todos os tiros de meta do Brasil.
Anteontem, levou uma pancada na parte interior da coxa no treino e ficou ameaçado de não jogar. Ontem, Runco liberou o jogador. ""Ele não tem mais dores. Vai jogar normalmente. Quanto ao problema no tendão, vamos administrando", afirmou Runco.
O médico também liberou Ronaldo, que sentia dores na coxa direita por excesso de esforço contra os ingleses. ""Ele vai suportar os 90 minutos. Treinou bem e está recuperado", disse.
Além desses casos, Runco teve que se preocupar com as pancadas sofridas por Rivaldo (joelho esquerdo) e Edmilson (pé direito) contra a Inglaterra, nas quartas.
""É normal esse tipo de lesão. Mas os jogadores só estão sendo liberados com 100% de condição. Na semifinal, quem entrar será com as duas pernas", disse o médico, em referência ao fato de Scolari ter dito que, nesta fase, escalaria até atleta com ""uma perna".
A comissão médica tem ainda que se preocupar com os atletas que têm contusões crônicas.
Cafu (lombalgia), Roque Júnior (púbis) e Roberto Carlos (panturrilha direita) mais de uma vez fizeram tratamento diferenciado para não agravar as lesões e conseguir jogar sem dor.
Os outros jogadores que hoje iniciam a semifinal e que enfrentaram problemas médicos durante as três semanas de Copa do Mundo foram Kleberson, que torceu o tornozelo em um coletivo em Ulsan (Coréia do Sul), e Lúcio, que levou uma pancada no joelho contra os belgas, nas oitavas. Os dois foram poupados em treinos.
""As contusões são normais no futebol. O time está inteiro", completou o médico, que não conseguiu, no entanto, evitar o corte do então capitão Emerson, que se contundiu no ombro na véspera da estréia da seleção na Copa-2002, contra a Turquia.
Para evitar um desgaste ainda maior, a comissão técnica decidiu diminuir a intensidade dos treinamentos na reta final da Copa.
Pela primeira vez em um mês, os jogadores titulares ficaram dois dias sem realizar nenhum treinamento com bola.
Os médicos Runco e Rodrigo Lasmar e o preparador físico Paulo Paixão preferiram ministrar sessões de relaxamento na piscina aos que enfrentaram a Inglaterra, rival que, na opinião da comissão técnica, mais exigiu fisicamente da seleção brasileira.
Apesar de Paixão dizer que o time está perto dos 100% em relação ao estado físico, há um temor na comissão técnica com a possibilidade de a partida de hoje exigir o tempo normal, a prorrogação e a cobrança de pênaltis.
Se o Brasil passar pelos turcos nessa situação, a tendência é que os jogadores tenham mais dias de descanso do que de trabalho até a decisão em Yokohama, no próximo domingo. (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, RODRIGO BUENO E SÉRGIO RANGEL)


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