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JUCA KFOURI
Será o fim de uma era?
Eduardo Farah, Mustafá
Contursi, Alberto Dualib,
Eurico Miranda. O fim deles
significa mais que isso?
VEM DO Rio o fato mais importante do ano para o futebol
brasileiro e não é a agora mais
difícil conquista da Taça Libertadores da América pelo Fluminense, façanha que, se consumada, merecerá
não só todos os aplausos como significará a volta por cima do ultimamente tão fragilizado futebol carioca, uma escola de jogar bola que
sempre que esteve na crista da onda
significou hegemonia também para
o futebol brasileiro.
O fato ainda mais importante, se
de fato ocorrer e batemos aqui três
vezes na madeira para isolar quaisquer azares, será a derrocada de Eurico Miranda, o fim do período das
trevas num dos mais democráticos
clubes do país, o Clube de Regatas
Vasco da Gama.
Algo que tem data marcada para
acontecer, esta sexta-feira, amanhã,
dia 27 de junho de 2008.
Mas, sabe-se lá o que o detestável
cartola tentará fazer para evitar seu
funeral, razão pela qual não se deve
comemorar por antecipação.
O fato concreto é um só: na primeira vez que foi realizada uma eleição no Vasco com urna eletrônica,
fiscalização da OAB e policiamento
ostensivo, pimba!, a oposição ganhou de goleada.
Não são poucos os dirigentes do
Palmeiras que dizem o mesmo em
relação ao fim da era Mustafá no que
diz respeito, ao menos, às urnas eletrônicas. São inúmeros os casos que
se contam de urnas que já vinham
com votos em eleições passadas.
A questão relevante, no entanto,
por mais que haja mesmo motivo
para festejar o fim desses longos
tempos de obscurantismo e opacidade, é outra: será que o fim de gente
desse tipo significa mais que só isso?
Quem virá para o lugar dessa gente?
Não será mais do mesmo?
No caso do Palmeiras, por mais
que haja problemas e falte coragem
para fazer a verdadeira reforma, é
inegável que a mudança foi para melhor e não porque o time foi campeão estadual, é claro.
No caso do Vasco, tudo indica que,
também, a mudança será para melhor, com a promessa de Roberto Dinamite, por exemplo, de não se candidatar a mais que uma reeleição,
que não é muito mas já é alguma coisa nova.
Mas nos casos da Federação Paulista de Futebol e do Corinthians, as
quedas, motivadas pela Justiça, dos
cartolas Farah e Dualib não serviram para nenhuma grande mudança, o que evidencia que a questão é
estrutural e não apenas de nomes.
Claro que bons nomes podem fazer belas gestões apesar das questões estruturais, como é claro que
uma estrutura profissional e transparente impede que maus nomes
ajam impunemente.
Mas não só ninguém fará maravilhas sozinho na atual estrutura de
poder de nosso futebol como nenhuma estrutura, por melhor que
seja, garante o comportamento reto
dos dirigentes, embora possa garantir a fiscalização de seus atos.
Oremos, portanto, para que amanhã seja mesmo a sexta-feira da libertação vascaína e que Roberto Dinamite, com um parceiro como Bebeto de Freitas, dois ex-atletas do
bem, possa botar em marcha a reforma de que nosso futebol precisa, assim como, na verdade, todo o esporte brasileiro.
E que o Flu consiga virar um jogo
que perde de 4 a 2 para a LDU.
blogdojuca@uol.com.br
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