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Técnico do Avaí "antecipa" volta do Corinthians
Com seu time invicto e em 2º lugar, ex-meia Silas, que não perde há 18 jogos na carreira, vê rival à parte na disputa
"O Corinthians, por ser um time de povão, de briga, que consegue tudo na raça, está totalmente adaptado à Série B", afirma treinador
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é só o Corinthians que
vive bom momento na Série B.
Sem tantos holofotes sobre si, o
Avaí, vice-líder e também invicto, apresenta-se, por enquanto, como o rival mais capaz na tentativa de desbancar o
"intruso" vindo da elite.
O time, aliás, embarca na onda de seu técnico, o ex-meia do
São Paulo Silas, 42, que vive fase tão encantada como a dos corintianos. Há 18 jogos invicto
na carreira de treinador, ele
tenta levar o Avaí pela primeira
vez à Série A. Mas já avisa: só há
três vagas. "É consenso que o
Corinthians vai subir."
FOLHA - Como é estar invicto, num
trabalho em início de carreira?
SILAS - Num mundo em que
técnico perde e já fica balançado, é muito bom. Mas a questão
de ganhar e perder, se você tiver cem anos de estrada, vai para a rua. Se tiver dois dias, vai
também. É a cultura no Brasil.
FOLHA - Esperava ficar invicto?
SILAS - Não. A minha intenção
quando cheguei aqui era fazer
um bom trabalho. Eu acho que,
quando a gente vai trilhando o
caminho, vai ficando mais fácil.
FOLHA - O Avaí pode ser considerado uma surpresa?
SILAS - Para muita gente o Avaí
não é um provável candidato à
Série A. Então, você precisa jogar contra muita coisa. E essa
idéia, de que ninguém vai dar
nada para a gente, eu tento fixar na cabeça dos meus atletas.
FOLHA - O Avaí é páreo para enfrentar o Corinthians?
SILAS - Difícil dizer. A gente está bem forte. E o Corinthians
também, mas com força muito
maior, o que é normal. O Corinthians é consenso que vai subir.
Não interessa para ninguém
que ele fique na Série B.
FOLHA - O Corinthians já subiu?
SILAS - Eu acredito que sim. Dificilmente não vai conseguir o
acesso, até com certa facilidade. Se fosse o São Paulo, por
exemplo, eu não veria tanta facilidade em subir. O Corinthians, por ser um time de povão, de briga, que consegue tudo na raça, está totalmente
adaptado à Série B.
FOLHA - Mas só a raça tem ajudado
o Corinthians?
SILAS - Eu acho que ajudou
bastante. Mas o fato de terem
levado o Mano [Menezes] para
lá também. É um treinador que
já tem experiência no Grêmio
na Série B, que também é time
de massa no Sul. Tudo isso tem
facilitado muito para o Corinthians na segunda divisão.
FOLHA - A Série B é tão diferente
assim da Série A?
SILAS - Eu acho. Existe atleta
de Série B e de A. Um é diferente do outro. Na B, não precisa
ser técnico. Tem que ser batalhador, agüentar pressão de jogar fora, ter força mental muito
grande. Mais do que ser habilidoso. Quando se consegue juntar as duas coisas, melhor.
FOLHA - O fato de treinar na Série B
é melhor para início de carreira?
SILAS - Aconteceu, não foi planejado. Se eu quisesse ter treinado na Série A logo de cara,
aceitaria o convite do Paraná,
em 2007, depois que o Zetti
saiu. Mas não estava no momento de assumir o clube. O
Dunga, por exemplo, foi à seleção sem ter sido treinador antes. Acho que não é o ideal.
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