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FUTEBOL
Adeus Eurocopa
Na reta final da competição, não há show, não tem melhor do mundo, não pinta favorito claro... como quase sempre
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
ZIDANE comparou nos últimos
dias a Eurocopa com o Mundial. Assinou embaixo o jargão
de que a Euro é a Copa sem Brasil e
Argentina e indicou que é mais difícil vencer a competição continental.
Mais enxuta, a Eurocopa não permitiria vacilos desde a primeira fase,
segundo o craque que ganhou os
dois nobres troféus. Que o digam
França, República Tcheca e Suécia,
que estavam bem cotadas para
avançar ao mata-mata e fracassaram cedo. Cech, Henry e Ibrahimovic foram algumas das estrelas do futebol que voltaram logo para casa.
A história mostra até este ano 12
edições da Euro e 9 campeões. A Copa aconteceu 18 vezes e fez apenas
sete vencedores. E olhe que a Inglaterra, pátria que regulamentou o futebol contemporâneo, não ganhou
ainda sua Euro (com vários atletas
de alto nível, nem joga a atual).
Nas quartas, ficaram quase todos
aqueles que acenavam com o bom
futebol. Portugal e Holanda, mais
que a torcida no Brasil, tinham conquistado o apoio de austríacos e suíços, os anfitriões coadjuvantes.
A Itália chegou a despertar em
muitos o chavão de que ""chega sempre", uma mentira que a Euro não
engole -a Squadra Azzurra só ganhou a edição de 1968, em casa, e
ainda assim foi à final na moedinha.
Sem os campeões mundiais, sem o
melhor do mundo (Cristiano Ronaldo), sem a seleção mais decantada,
as semifinais da Euro começaram
ontem como uma briga no escuro.
Não há torneio de seleções mais imprevisível que a Eurocopa. A Alemanha tem a camisa, a Espanha ostenta
ligeiro favoritismo sob suspeita, a
Rússia traz Guus Hiddink, e a Turquia vinha com o Sobrenatural de
Almeida (como escrevo antes do jogo do Flu, não sei se o sobrenatural
apareceu em Quito ontem no primeiro duelo tricolor com a LDU).
Se a Alemanha for tetra, será de fato um mundo (um país) à parte no
velho continente. Essa sim chega e
muito em Copa e em Euro. Mas, se
ela for vice, a aura de "terra de ninguém" do torneio ganhará força. Espanhóis seriam só bi. Russos (a Uefa
os separa da URSS) seriam batizados, mesmo não sendo a Grécia-04.
ADEUS HOLANDA
""No contrato, há a exigência de que
a Holanda atue ofensivamente, dominando e praticando reconhecível futebol. É o momento de os torcedores holandeses se identificarem de novo com o time nacional".
disse Henk Kesler, diretor da federação holandesa, quando Van Basten foi apresentado como técnico.
""É a vez de os atacantes brilharem,
e não os defensores. Nosso gol será
jogar bonito, de forma ofensiva. É o
começo de uma grande aventura.
Espero que termine com algo
bom", falou Van Basten na ocasião.
Fica a pergunta: terminou bem?
ADEUS FELIPÃO
"A língua do futebol é uma só." Ok!
rbueno@folhasp.com.br
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