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AS PANTERAS
Aos 17, Nathália, na carabina de ar, e Élora, no sabre, vão ao Pan em esportes pouco praticados por mulheres do país
Teens com arma e espada são promessa brasileira
DA REPORTAGEM LOCAL
Nathália Vasconcellos portará
uma carabina. Élora Patarro empunhará um sabre. As duas atletas, de apenas 17 anos, vão armadas ao Pan de Santo Domingo.
Élora e Nathália são duas das
principais promessas da equipe
brasileira em esportes pouco
praticados no país, principalmente entre as mulheres.
Élora chega ao seu primeiro
Pan-Americano quatro anos
após começar a praticar esgrima.
A adolescente de classe média de
São Paulo começou no esporte
por incentivo da mãe, que assistiu a uma demonstração em um
shopping da capital paulista.
Nathália pratica tiro esportivo
há cinco anos e também entrou
no esporte com impulso da família. Aos 12 anos, começou a trilhar os passos do pai atirador,
brincando de empunhar armas
no fundo de um stand no Recife.
A brincadeira, aos poucos, passou a ser levada a sério. Nathália
já disputou duas Copas Sul-Americanas (em 1999 e 2002,
quando foi vice) e dois Mundiais
(em 2001 e 2003, sem resultados
expressivos). Obteve ainda três
títulos e seis recordes brasileiros.
Neste ano, ela viaja pela primeira vez para um Pan para disputar a prova da carabina de ar.
Leva na bagagem um MQS, o índice mínimo que um atleta precisa fazer para poder disputar
uma vaga em uma Olimpíada.
"Estou me sentindo meio pressionada porque é a primeira vez.
Mas é incrível", afirmou a atleta,
que está fazendo acompanhamento psicológico e nutricional
junto com os treinos.
Para Élora, os primeiros resultados também não demoraram a
aparecer. A esgrimista já foi
campeã pan-americano adulto
no sabre em 2001 e, no ano passado, amealhou o vice-campeonato nos Jogos Sul-Americanos.
Sua principal conquista ocorreu neste ano, quando obteve a
prata no Campeonato Mundial
na sua faixa etária, a primeira da
esgrima do Brasil na história.
"Esse resultado me pegou de
surpresa. Eu era meio penetra,
não tinha pretensão de ganhar
nada, já que quase não viajamos
para o exterior", conta.
Hoje, Élora se considera uma
promessa. Sua perspectiva é chegar com chances reais de medalhas ao Pan de 2007, no Rio.
Enquanto conquistam resultados, as duas atletas seguem suas
rotinas adolescentes.
Élora cursa o terceiro ano do
segundo grau e gosta de ler e ir ao
cinema como a maioria das meninas de sua idade.
Filha de Bueno e Magaly, que
vivem do aluguel de casas, Nathália divide o tempo entre o segundo ano do ensino médio e os
treinos. E ainda aguenta muita
brincadeira dos amigos.
"Todo mundo fala: "não mexe
com ela porque ela atira" ou
"Deus me livre namorar essa menina"...", diverte-se. "Mas todos
me apóiam muito", completa a
atiradora, que já encontrou um
parceiro corajoso: namora há
nove meses.
(ML)
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