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FUTEBOL
Na Copa Ouro, país desafia sina de tropeços em finais diante de anfitriões
No México, Brasil tenta ser campeão como visitante
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ganhar um título numa decisão
na casa do adversário. O desafio,
que assusta até o time principal
do Brasil, vai ser encarado hoje
pela equipe sub-23 do país.
Às 14h, na Cidade do México, a
seleção brasileira busca o inédito
título da Copa Ouro em uma atmosfera totalmente adversa, com
torcida contra, juiz pressionado e
sem a mesma adaptação do rival
ao gramado, clima e altitude.
E, pelo retrospecto recente, o time nacional sofre quando se depara com essas situações.
Em 1999, com Wanderley Luxemburgo no comando, no estádio Azteca, local do duelo de hoje,
o Brasil perdeu para o México na
final da Copa das Confederações.
Na famosa decisão do Mundial
de 1998, a seleção nacional foi presa fácil para a França, que venceu
por 3 a 0 no Stade de France.
Também com Zagallo, o comandante da campanha em campos franceses, a seleção brasileira,
em 1995, sucumbiu à pressão de
jogar uma final no campo do oponente e perdeu a final da Copa
América, em Montevidéu, para o
decadente time do Uruguai.
Nos últimos anos, a única vez
em que o Brasil conseguiu triunfar em uma decisão numa competição importante enfrentando o
anfitrião foi na Copa América-97,
contra a modesta Bolívia.
Nas últimas eliminatórias sul-americanas, para a Copa-2002, jogar como visitante também foi
pesadelo. Nessa situação, o Brasil
perdeu para Chile, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Argentina.
Além da inexperiência do time
sub-23 (o México joga com a
equipe principal) e do retrospecto
ruim nas últimas decisões fora de
casa, o Brasil ainda teme a altitude
e o clima quente (a partida começa às 12h no horário local).
Na primeira fase da Copa Ouro,
quando também jogou na capital
mexicana, o time do técnico Ricardo Gomes atuou mal, perdendo para os donos da casa e vencendo, de forma apertada, Honduras. "Na Cidade do México, alguns dos nossos jogadores estavam com a língua de fora logo no
começo dos jogos", reconheceu o
treinador do time brasileiro.
Confiança
Mas, apesar das adversidades,
comissão técnica e jogadores confiam na vitória, principalmente
depois das boas atuações nos jogos realizados em Miami, contra
Colômbia e EUA. "A partida que
fizemos contra os americanos
mostrou que estamos no caminho certo e que temos grande
chance de fazer bonito no domingo [hoje]", disse o meia Diego.
No jogo de hoje, Gomes vai
manter a equipe que bateu colombianos e americanos. O treinador aposta no entrosamento da
zaga, formada por Alex e Luisão, e
na dupla Kaká e Diego, que marcou cinco dos seis gols da equipe
até o momento na Copa Ouro -o
outro foi do lateral Maicon.
Do lado mexicano, a confiança
voltou depois dos triunfos sobre a
Jamaica, nas quartas-de-final, e a
Costa Rica, nas semifinais -a
equipe, após superar o Brasil, ficou no 0 a 0 contra Honduras.
"Vamos mostrar para o Brasil o
quanto nós progredimos", declarou o técnico Ricardo Lavolpe.
Antigo freguês do Brasil, o México vem colhendo bons resultados nos últimos anos nos duelos
entre os dois países. Além das vitórias na Copa nas Confederações-99 e na primeira fase do
atual certame, ganhou também a
decisão da Copa Ouro-96.
Mesmo com essa situação, os
jogadores do time sub-23 não encaram o jogo de hoje como uma
possibilidade de vingança.
"Não existe revanche. É um jogo
a mais, em que só queremos ganhar o título", diz o meia Thiago
Motta, uma das opções de Ricardo Gomes para o segundo tempo.
Na decisão no Azteca, em caso
de empate no tempo normal, haverá prorrogação com morte súbita. Se acontecer uma nova igualdade, o campeão será definido na
cobrança de pênaltis.
NA TV - SBT e ESPN Brasil, ao
vivo, às 14h
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