MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo enfrenta hoje o Flamengo do jeito que gosta: fora de casa. No Maracanã, às 16h, o time retrancado de Roberto Rojas vai tentar justificar a demissão do ofensivo Oswaldo de Oliveira, técnico recém-contratado do rival.
Com três ou quatro volantes, o chileno impôs ao São Paulo, desde que assumiu em maio, um estilo de jogo que se encaixa melhor a quilômetros do Morumbi.
Apostando nos contra-ataques para vencer os donos da casa, a equipe de Rojas conquistou 79,1% dos pontos que disputou -19 de 24. A média de gols marcados pelos são-paulinos também é maior fora do Morumbi: 2 contra 1,7.
"Nosso estilo de jogo é ótimo quando nos dão espaço para contra-atacar. Fora de casa, é claro que o time local sai mais para jogar. Aí fica mais fácil achar os espaços e aproveitar as subidas dos nossos laterais e a fase do Luis Fabiano", declarou Rojas.
Os laterais concordam com o comandante. Fabiano, por exemplo, disse que torce para que o flamenguista Oswaldo de Oliveira escale três atacantes, como fez na sua estréia contra o Internacional, na quinta-feira passada.
"Tudo o que a gente quer é que o Flamengo jogue com três homens na frente. Quando eles perderem a bola no nosso campo de defesa, poderemos aproveitar bem a descida rápida, sem marcação e sem nervosismo", afirmou.
Equilíbrio é o que pediu Rojas por mais de 40 minutos aos jogadores na preleção que deu anteontem, no último treino tático do São Paulo para o duelo de hoje.
Segundo o chileno, a falta de equilíbrio tirou do São Paulo a liderança do Brasileiro -contra a Ponte Preta, também na quinta, o time perdeu e deixou escapar a chance de passar o Cruzeiro na tabela. Para Rojas, o mesmo desequilíbrio que faz do São Paulo o time mais advertido do torneio.
Até aqui, em 21 rodadas, os são-paulinos receberam 12 cartões vermelhos e 64 amarelos.
Rogério e Júlio Santos foram expulsos contra a Ponte e estão fora hoje. Amanhã, Fabiano, que recebeu vermelho na partida contra o Fluminense, duas semanas atrás, será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
Na semana que vem será a vez de Luis Fabiano se defender no julgamento da sua expulsão na partida São Paulo x Atlético-PR, quando o atacante xingou o árbitro Márcio Rezende de Freitas.
"Essas expulsões precisam acabar. Não é porque os jogadores do São Paulo não tinham como característica marcar que as expulsões agora têm cabimento. Os jogadores já estão avisados", disparou Rojas, esquecendo-se de que também irá para o banco dos réus do STJD -até ele acabou recebendo o vermelho no fim da partida contra a equipe de Campinas.
Rogério, reincidente em punições ocasionadas por lances com a bola fora de jogo, deve ter a pena agravada, mas não pretende ir ao Rio de Janeiro se defender.
"Já fui, vi como é que tudo funciona. Agora não quero ir não", disse o goleiro, que esteve presente quando foi suspenso por dois jogos por agredir Dimba, do Goiás, em jogo da Copa do Brasil.
Assim, o capitão são-paulino não vai reencontrar Oswaldo de Oliveira no Maracanã, onde o time não perde desde setembro de 1999. De lá para cá, em dez jogos no estádio, ganhou oito vezes.