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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

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FUTEBOL

A pré-temporada européia

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje tem Barcelona x Juventus em Foxboro. Na quarta, Washington receberá Barcelona x Milan. O time catalão seguirá nos EUA mais alguns dias para encarar o Manchester United na Filadélfia. Os americanos terão ainda a chance de ver uma revanche da final da Copa dos Campeões, pois Milan e Juventus decidirão a Supercopa da Itália em Nova York.
Enquanto isso, na Ásia, o Real Madrid treina na China e faz uma série de apresentações no continente, o Liverpool passeia pela Tailândia, o PSV ganha US$ 2 milhões na Coréia do Sul em cima do Lyon em um torneio que reuniu outros dois europeus.
São as emoções da pré-temporada européia fora da Europa. A ordem é viajar, mostrar a marca ao mundo. A Europa ficou pequena para os integrantes do G-14, grupo que reúne os mais poderosos clubes do velho continente.
Preparar o time para os torneios europeus virou negócio. Ainda não é algo tão lucrativo quanto a própria temporada, mas proporcionalmente já é mais compensador. O Real Madrid, com os reis na barriga, fala até em US$ 3 milhões por simples amistosos. Isso é quase três vezes mais do que a seleção brasileira pede para pegar os asiáticos (não é mais o caso de jogos caça-níqueis, pois níquel soa meio barato).
O mercado asiático é o mais ascendente. Não é à toa que a Copa ainda está fresca por lá, que o Mundial júnior foi assegurado aos Emirados Arábes, que o Mundial feminino sub-19 foi destacado para a Tailândia, que o Mundial de futsal foi para Taiwan... O Mundial feminino só saiu da China porque havia outro mercado poderoso por trás: os EUA.
A venda de produtos licenciados chega a representar quase 40% do faturamento dos principais clubes europeus. O Manchester United, o mais popular na Ásia, é o que melhor trabalha essa fonte de renda, o que explica suas seguidas vitórias em listas de clubes mais ricos do planeta. O Real Madrid despertou com força para isso e prioriza hoje a venda de camisas em massa. Um estádio Santiago Bernabéu lotado é bom, mas o show é para o mundo todo. A contratação de Beckham escancarou o projeto de marketing do clube. A idéia é não ser espanhol nem europeu. É ser global.
Nos últimos dias, a Europa aprovou o esquema de transmissão dos jogos da Copa dos Campeões, que já se prepara para a sua última fase eliminatória (alguns dos membros do G-14 entram na disputa no começo de agosto). Empresas americanas, como a Nike, e asiáticas estão cada vez mais interessadas no evento. Comercialmente, é quase uma Copa do Mundo anual.
Pelos milhões dos novos mercados, repletos de potenciais torcedores-consumidores, a nata da Europa põe antiquados torneios de verão na região em segundo plano e alça vôos mais altos.
Canais próprios de TV, sites com versões até em chinês, uniformes especiais, excursões, política de boa vizinhança (entra aqui, por exemplo, o Manchester contratar um goleiro americano). Os clubes europeus disputam sócios-torcedores nos cinco continentes. Como o mundo ficou pequeno...

Copa dos Campeões
O sorteio da última fase eliminatória já definiu quatro bons duelos: Lazio x Benfica, Brugge x Borussia Dortmund, Austria Viena x Olympique e Grasshopper x AEK. Mas são esperadas outras quatro boas disputas: La Coruña x Rosenborg, CSKA de Moscou x Sparta Praga, Maccabi x Chelsea e Galatasaray x CSKA da Bulgária.

Copa Ouro
A seleção de Israel já foi campeã asiática, mas quando não jogava competições européias. Se o Brasil vencer hoje, será o primeiro campeão continental de uma região que não é a sua.

Copa Sul-Americana
O que seria a Copa da Uefa da nossa região larga nesta semana.

E-mail rbueno@folhasp.com.br


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