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FUTEBOL
A pré-temporada européia
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Hoje tem Barcelona x Juventus em Foxboro. Na quarta,
Washington receberá Barcelona x
Milan. O time catalão seguirá nos
EUA mais alguns dias para encarar o Manchester United na Filadélfia. Os americanos terão ainda
a chance de ver uma revanche da
final da Copa dos Campeões, pois
Milan e Juventus decidirão a Supercopa da Itália em Nova York.
Enquanto isso, na Ásia, o Real
Madrid treina na China e faz
uma série de apresentações no
continente, o Liverpool passeia
pela Tailândia, o PSV ganha US$
2 milhões na Coréia do Sul em cima do Lyon em um torneio que
reuniu outros dois europeus.
São as emoções da pré-temporada européia fora da Europa. A
ordem é viajar, mostrar a marca
ao mundo. A Europa ficou pequena para os integrantes do G-14,
grupo que reúne os mais poderosos clubes do velho continente.
Preparar o time para os torneios europeus virou negócio.
Ainda não é algo tão lucrativo
quanto a própria temporada,
mas proporcionalmente já é mais
compensador. O Real Madrid,
com os reis na barriga, fala até em
US$ 3 milhões por simples amistosos. Isso é quase três vezes mais
do que a seleção brasileira pede
para pegar os asiáticos (não é
mais o caso de jogos caça-níqueis,
pois níquel soa meio barato).
O mercado asiático é o mais ascendente. Não é à toa que a Copa
ainda está fresca por lá, que o
Mundial júnior foi assegurado
aos Emirados Arábes, que o Mundial feminino sub-19 foi destacado para a Tailândia, que o Mundial de futsal foi para Taiwan... O
Mundial feminino só saiu da China porque havia outro mercado
poderoso por trás: os EUA.
A venda de produtos licenciados chega a representar quase
40% do faturamento dos principais clubes europeus. O Manchester United, o mais popular na
Ásia, é o que melhor trabalha essa
fonte de renda, o que explica suas
seguidas vitórias em listas de clubes mais ricos do planeta. O Real
Madrid despertou com força para
isso e prioriza hoje a venda de camisas em massa. Um estádio Santiago Bernabéu lotado é bom,
mas o show é para o mundo todo.
A contratação de Beckham escancarou o projeto de marketing do
clube. A idéia é não ser espanhol
nem europeu. É ser global.
Nos últimos dias, a Europa
aprovou o esquema de transmissão dos jogos da Copa dos Campeões, que já se prepara para a
sua última fase eliminatória (alguns dos membros do G-14 entram na disputa no começo de
agosto). Empresas americanas,
como a Nike, e asiáticas estão cada vez mais interessadas no evento. Comercialmente, é quase uma
Copa do Mundo anual.
Pelos milhões dos novos mercados, repletos de potenciais torcedores-consumidores, a nata da
Europa põe antiquados torneios
de verão na região em segundo
plano e alça vôos mais altos.
Canais próprios de TV, sites
com versões até em chinês, uniformes especiais, excursões, política
de boa vizinhança (entra aqui,
por exemplo, o Manchester contratar um goleiro americano). Os
clubes europeus disputam sócios-torcedores nos cinco continentes.
Como o mundo ficou pequeno...
Copa dos Campeões
O sorteio da última fase eliminatória já definiu quatro bons duelos:
Lazio x Benfica, Brugge x Borussia Dortmund, Austria Viena x
Olympique e Grasshopper x AEK. Mas são esperadas outras quatro
boas disputas: La Coruña x Rosenborg, CSKA de Moscou x Sparta
Praga, Maccabi x Chelsea e Galatasaray x CSKA da Bulgária.
Copa Ouro
A seleção de Israel já foi campeã asiática, mas quando não jogava
competições européias. Se o Brasil vencer hoje, será o primeiro campeão continental de uma região que não é a sua.
Copa Sul-Americana
O que seria a Copa da Uefa da nossa região larga nesta semana.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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