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Bernardinho evita prometer mais um ciclo de vitórias
Técnico da seleção masculina de vôlei diz que seria "irreal" prever que nova geração repetirá feitos da atual equipe
Treinador aponta retorno de selecionáveis à Superliga como ponto positivo para a formação de novos talentos para o futuro time nacional
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O futuro da seleção masculina de vôlei tem tirado o sono de
Bernardinho. Após a derrota na
final dos Jogos de Pequim para
os EUA, o técnico vem pensando sobre o processo de renovação que ocorrerá na equipe para o próximo ciclo olímpico.
"Não consegui dormir nas 12
horas do primeiro trecho da
viagem que foi de Hong Kong a
Toronto. Não consegui afastar
meu pensamento sobre o futuro dessa equipe. Sei que é até
meio paranóia", confessou o
técnico em entrevista coletiva
após o desembarque no Brasil.
A preocupação do técnico
tem respaldo. A equipe brasileira teve duas baixas imediatas
após os Jogos: o meio-de-rede
Gustavo e o oposto Anderson.
Além deles, é possível que
Bernardinho não conte em
Londres-2012 com Giba, que
tem pretensões de parar após o
Mundial de 2010. Rodrigão tem
planos de jogar na praia no futuro. Outros três jogadores
-Marcelinho, André Heller e
Serginho- terão mais de 36
anos na próxima Olimpíada.
"Estes jogadores impediram
que a fila andasse por muitos
anos, por suas qualidades e
conquistas. Agora, é natural
que algumas mudanças ocorram, até porque alguns deles
não estarão com a equipe em
2012", disse o técnico, cuja permanência na seleção ainda não
foi confirmada oficialmente.
Bernardinho não citou nominalmente quem poderia vir a
integrar a seleção. Apenas deu
pistas de que a renovação pode
vir da seleção de novos, da Superliga ou do exterior.
Já querendo blindar seus futuros pupilos de críticas e comparações com essa geração,
Bernardinho furtou-se a prometer títulos e seqüências de
vitórias. Com o treinador no
comando desde 2001, foram 19
títulos e cinco vice-campeonatos em 26 torneios disputados.
"Não adianta dizer que vamos repetir tudo o que foi feito
no último ciclo olímpico porque isso seria irreal. Mas posso
prometer que ainda seremos
muito competitivos", disse.
Um ponto positivo levantado
pelo técnico no processo de renovação é o retorno dos atletas
da seleção ao país e à Superliga.
André Heller e André Nascimento vão jogar a competição
pelo Minas, Samuel defenderá
o Suzano e Serginho acertou
contrato com São Bernardo.
Outros jogadores esperados
são Gustavo, que manifestou
interesse em deixar a Itália, e
Rodrigão, que recebeu propostas para voltar em 2009.
"Vai ser bom para os jovens
conviver com esses jogadores
que vão retornar. Eles terão
boas referências e vão amadurecer mais rápido para integrar
a seleção", afirmou o técnico.
Para liderar a futura equipe,
o técnico demonstrou que gostaria que seu filho, o levantador
Bruno, assumisse a missão.
"Já fui capitão do meu time
[Florianópolis] e posso assumir
essa responsabilidade. Está na
genética", brincou Bruno.
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