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FUTEBOL
Número de clubes que trocaram de comando durante o torneio diminui em relação ao verificado na última edição
Dança dos técnicos cai no Brasileiro-02
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Todo o pelotão da frente, boa
parte do bloco intermediário e até
algumas das equipes mais ameaçadas pelo rebaixamento.
No Brasileiro-02, que já está na
sua reta final, menos clubes, em
relação ao que aconteceu no ano
passado, insistiram na surrada
tentativa de trocar de treinador.
Dos 26 times que disputam o
campeonato, 14, ou 54%, continuam com o mesmo comando do
início do certame. Em 2001, a situação foi bem diferente.
Apenas 11 agremiações começaram e terminaram o Nacional
com o mesmo treinador. Como
eram 28 clubes inscritos, a proporção dos que insistiram até o
fim sem trocas ficou em 39%.
Os benefícios da manutenção
do treinador ficam claros na classificação. Antes dos jogos que seriam realizados ontem, todos os
oito clubes da zona de classificação têm em comum o fato de
manterem o mesmo comando
desde o início da competição.
Time com menos derrotas
(quatro), o Corinthians tem Carlos Alberto Parreira no banco desde o começa da atual temporada.
Outros clubes que não trocaram
de técnico ainda têm boas chances de classificação -Coritiba,
Ponte Preta e Grêmio, que mantém Tite desde o primeiro semestre do ano passado.
Mas é no Vasco de Eurico Miranda que a derrocada da dança
dos técnicos encontra seu exemplo mais impressionante.
Mesmo com o clube carioca fazendo campanha medíocre -são
dez derrotas em 19 jogos-, o polêmico dirigente não tirou Antônio Lopes do comando.
Na década passada, Lopes já havia permanecido no Vasco por
mais de três anos.
Para quem preferiu trocar de
técnico ao menor sinal de crise, o
Brasileiro-02 vem sendo uma
grande decepção.
O maior exemplo disso é o Atlético-PR, atual campeão da competição. Ao contrário do ano passado, quando trocou Mário Sérgio por Geninho e levou a taça, o
time paranaense agora paga pela
pouca paciência.
Com Valdyr Espinosa, o time
ganhou 52% dos pontos disputados. Descontente com alguns resultados ruins, a diretoria o dispensou. No seu lugar, foi contratado Gílson Nunes, que ganhou
só dois pontos em quatro jogos e
também foi demitido. O último a
chegar foi Abel Braga, que estreou
com derrota diante do Inter.
Com tantas trocas, o Atlético-PR, antes da jornada de ontem,
ocupava um modesto 17º lugar,
bem perto da zona de descenso.
Para o Palmeiras, que já teve três
treinadores, além de dois interinos, a falta de trabalho a longo
prazo é ainda mais maléfica. Na
lanterna, o time precisa de uma
série de vitórias para escapar do
cada vez mais próximo rebaixamento à segunda divisão.
Um dos poucos casos em que
trocar de técnico foi bom negócio
aconteceu como Figueirense.
Nas cinco rodadas iniciais, com
Roberval Davino no banco, o time
não marcou um gol sequer e acumulou dois empates e três derrotas. Depois da chegada de Muricy
Ramalho, o time catarinense ganhou oito de 14 partidas e ainda
sonha em chegar às finais.
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