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Doping arranha a imagem chinesa
Nadador tem teste positivo e é banido do esporte na primeira demonstração da política de tolerância zero de Pequim
Envolvida em escândalo de dopagem nos anos 90 na natação, China se esforça para chegar com a equipe "limpa" aos Jogos de agosto
DA REPORTAGEM LOCAL
A China deu ontem o primeiro exemplo de sua política de
tolerância zero com o doping às
vésperas dos Jogos de Pequim.
O teste positivo do nadador
Ouyang Kunpeng, 25, mostrou
que os chineses não conseguiram banir o uso de substâncias
proibidas entre seus esportistas. Mas a punição aplicada a
ele deu exata noção do esforço
chinês para manter a imagem
de zelo pelo "esporte limpo".
Após ter sido flagrado com
esteróide anabólico em exame
do dia 1º de maio, Ouyang foi
banido das piscinas pelo resto
da vida. Seu treinador, Feng
Shangbao, também não poderá
mais trabalhar com modalidades competitivas.
Normalmente, segundo as
regras internacionais, infrações como essa são punidas
com dois anos de suspensão. O
banimento acontece somente
após uma reincidência.
As autoridades chinesas já
avisaram que qualquer caso positivo registrado antes e durante a Olimpíada de Pequim será
punido da mesma forma.
Este foi o segundo baque esportivo sofrido pelo país às vésperas dos Jogos de Pequim. No
primeiro, o maior nome olímpico da China, Liu Xiang, 24,
perdeu o status de recordista
dos 110 m com barreiras para o
cubano Dayron Robles, 21.
"Apesar de termos trabalhado muito, casos positivos ainda
acontecem, o que é uma grande
lição para nós", afirmou a federação de natação do país.
Ouyang, semifinalista em
Atenas-2004, é o mais importante nome da natação chinesa
flagrado nos últimos sete anos.
Especialista no nado costas, ele
não era esperança de medalhas,
mas tinha chance de ir à final.
Nos anos 90, a China se envolveu em escândalo de dopagem na natação.
O episódio mais notório
ocorreu antes do Mundial de
Perth-1998, quando quatro
atletas foram flagrados com
diurético. A nadadora Yuan
Yuan e seu treinador, Zhou
Zhewen, também foram desclassificados após serem flagrados com hormônio de crescimento no aeroporto.
Desde que ganhou o direito
de sediar os Jogos de 2008, a
China se esforça para passar ao
mundo a imagem de combatente ao doping. Dirigentes já chegaram a afirmar que preferiam
não ganhar medalhas em Pequim a ter um caso positivo.
No ano passado, os chineses
fizeram 10.238 testes, com 15
casos positivos, sete deles no levantamento de peso.
Com agências internacionais
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