|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo intervém para segurar Oleg
Ministério do Esporte acena com ajuda financeira para manter guru da ginástica no país e remontar seleção permanente
Pasta teme que saída do
ucraniano e o fim da equipe permanente possam afetar
de forma negativa o próximo ciclo olímpico da modalidade
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de a Confederação
Brasileira de Ginástica afirmar
ser difícil segurar o treinador
Oleg Ostapenko no país após a
Olimpíada, o Ministério do Esporte tem se mexido para manter um dos pilares da escalada
mundial das ginastas do país.
""Vamos ver como o ministério pode ajudar, inclusive com
aporte financeiro", disse à Folha Djan Madruga, secretário
de alto rendimento do ministério. ""O Oleg manifestou que
pretende permanecer no Brasil, o que é um ponto positivo."
O guru de Daiane dos Santos
e Jade Barbosa confirmou que
conversou com Madruga, que
chegou a ir a Curitiba visitar o
CT da CBG e conversar com
Oleg antes do embarque da delegação para Tóquio, no Japão,
para o período de aclimatação.
""Nós [eu e Madruga] conversamos, mas foi muito pouco.
Não chegamos ainda a nenhuma decisão", confirmou Oleg,
cujo contrato com a seleção feminina de ginástica termina
após a Olimpíada de Pequim.
O ucraniano, que recebe cerca de US$ 8.000 por mês, já escancarou o desejo de ficar no
país e ajudar a formar técnicos.
""Ele [Oleg] só manifestou o
desejo de seguir no Brasil. Mas
nos interessa a vinda ou a permanência de técnicos estrangeiros em modalidades nas
quais possam contribuir para a
evolução", afirmou Madruga.
Além de tentar segurar Oleg,
conhecido por formar campeãs
olímpicas, o governo avalia como ajudar a remontar a seleção
permanente, que fez seu último
treino do país no dia 16 e será
desfeita após os Jogos.
A reunião das melhores atletas em Curitiba, onde estão a
sede da CBG e o centro de excelência do esporte, e a vinda de
Oleg para o Brasil foram fundamentais para colocar o país no
mapa da ginástica mundial.
A supervisora de seleções da
CBG, Eliane Martins, informou
que o ucraniano retornará ao
Brasil após a Olimpíada, em setembro, mas não sabe se ficará
no país. Oleg e sua mulher,
Nadja Ostapenko -coreógrafa
da seleção-, compraram no último semestre um apartamento em Curitiba, o que reforça a
intenção de seguirem por aqui.
O ministério teme que, sem a
seleção permanente e o técnico, o próximo ciclo olímpico da
ginástica será prejudicado -teria três anos e meio; ou menos.
Com o mandato de Vicélia
Florenzano na CBG quase no
fim, a dirigente diz que a caberá
a seu sucessor -a eleição será
em dezembro- refazer ou não
a equipe permanente. ""É difícil
a curto prazo que outro CT seja
montado e a seleção tenha continuidade. É a questão da infra-estrutura, acompanhamento
médico, fisioterápico, escola.
Não será em seis meses que se
montará estrutura igual. Há o
risco de o próximo ciclo olímpico ser bem menor", disse Madruga, salientando que não
quer ferir a autonomia da CBG.
Na operação-resgate de Oleg
e da seleção, ele quer convidar
para uma conversa os dois candidatos à presidência da CBG e
fazer consultas ao Comitê
Olímpico Brasileiro, defensor
das equipes permanentes.
Texto Anterior: José Geraldo Couto: Embolada democrática Próximo Texto: Bolsa-treinador: Ministério estuda criar um programa para técnicos Índice
|