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Sem local, Corinthians fica de novo sem estádio
Consórcio fracassa ao tentar comprar terreno e desiste de fazer arena do clube
Diretoria não aceita a idéia das construtoras de assinar um contrato sem um lugar garantido e quarta proposta de estádio corintiano falha
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O sonho do Corinthians de
ter sua casa própria foi novamente enterrado. Ao menos
por enquanto. Ontem, a diretoria do clube do Parque São Jorge recebeu carta do consórcio
Egesa/Seebla anunciando a desistência do negócio.
O motivo para encerrar o
projeto de construção da arena
corintiana foi a impossibilidade de compra do terreno.
Na carta enviada à cúpula do
clube, o consórcio alegou que
os donos dos terrenos na marginal Tietê, onde seria feita a
obra, estimada em R$ 440 milhões, desistiram da venda após
o último prazo para a aquisição
ter expirado anteontem.
O vice-presidente corintiano
Heleno Maluf, que foi nomeado
para coordenar as negociações
com a Egesa/Seebla, disse à Folha duas semanas atrás que os
terrenos foram adquiridos.
Na verdade, isso jamais chegou perto de ocorrer. O consórcio tinha dúvidas se conseguiria recuperar o investimento. O
valor pedido para a venda da
área de 93 mil metros quadrados, dividida por dois terrenos,
beirava os R$ 80 milhões.
No início das negociações, os
donos chegaram a pedir mais
de R$ 100 milhões, quantia acima do valor de mercado, segundo especialistas da área imobiliária ouvidos pela reportagem.
Sem a área para a construção,
o consórcio chegou a tentar
uma última cartada com o Corinthians. Enviou, na semana
passada, um documento em
que condicionava a compra do
terreno à assinatura de contrato com o clube alvinegro.
Andres não aceitou a proposta. Exigiu, além da compra do
terreno, as garantias financeiras para a execução da obra,
que previa, a partir de seu início, a conclusão em no máximo
dois anos. O sonho do dirigente, que planeja se reeleger presidente, é conseguir construir
um estádio para o centenário
do Corinthians, em 2010.
Esse é o quarto projeto de estádio para o Corinthians que
naufraga. Na década de 90, o
ex-presidente Alberto Dualib
chegou a lançar um deles, em
parceria com a federação paulista. Jamais saiu do papel.
Depois, com o apoio da então
parceira HMTF, no início dos
anos 2000, os corintianos chegaram a iniciar venda de camarotes de uma arena que também nem existiu.
Já em 2005, com a MSI, o
clube não pôde aceitar da construtora WTorre, que neste ano
assinou com o Palmeiras. O
contrato com a empresa então
presidida por Kia Joorabchian
dava a ela a prioridade para a
construção da arena.
Sem a Egesa/Seebla, Andres
agora deve estudar novas propostas. A última delas, ou o que
ele chama de "Plano B", é arrendar o Pacaembu. Andres,
porém, não gosta dessa idéia.
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