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São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2003

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FUTEBOL

Dos atletas da primeira convocação de Ricardo Gomes, só dois disputarão o Torneio Pré-Olímpico do Chile em janeiro

Seleção muda tudo em busca de Atenas

Fernando Maia/"Agência O Globo"
Ricardo Gomes e Diego (à frente) caminham em treino da seleção pré-olímpica, em Teresópolis


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo da seleção sub-23 que vai disputar o Torneio Pré-Olímpico do Chile tem quase nada a ver com o primeiro montado por Ricardo Gomes, há 12 meses.
Dos 22 atletas chamados pelo treinador para o Torneio do Qatar, apenas dois -o lateral-direito Maicon e o meia Paulinho- sobreviveram no elenco que vai tentar uma vaga em Atenas-2004.
Em apenas um ano, ficaram pelo caminho apostas frustradas de Gomes, atletas machucados e outros não liberados por seus clubes.
No primeiro grupo, estão o lateral-direito Ângelo, reserva do São Caetano na maior parte do Campeonato Brasileiro, o zagueiro Júlio Santos, que não conseguiu emplacar no time titular do São Paulo, e os atacantes Léo Lima e Souza, que trocaram o Vasco e o Brasil por uma malsucedida experiência no futebol da Bulgária.
Contusões também obrigaram Gomes a descartar atletas da sua primeira lista. O caso mais recente é o do zagueiro Adriano, cortado na semana passada por causa de um problema no joelho.
Mas foram as negativas dos europeus que mais contribuíram para as mudanças. Do grupo do Qatar, quatro foram impedidos por seus times de irem ao Pré-Olímpico -Kaká (artilheiro do time na atual gestão), Luisão, Nenê e Júlio Baptista.

Sem prioridade
Tantas mudanças em tão pouco tempo evidenciam a dificuldade que foi a preparação brasileira para o Pré-Olímpico do Chile.
Apesar do discurso, que coloca a busca da inédita medalha de ouro olímpica como prioridade, a seleção sub-23 nunca foi tratada com muita importância pela CBF durante todo o ano.
Primeiro, a entidade não fez força para que o treinador pudesse convocar os jogadores do Santos para o Torneio do Qatar. Depois, pouco fez para marcar jogos preparatórios, tanto que teve de apelar para duelos com Corinthians e um esfacelado Santos em novembro. Por último, sua tão decantada força nos bastidores da Fifa não foi capaz de reverter a decisão do Milan de não liberar Kaká.
Além desses itens, o time olímpico não terá dessa vez o acompanhamento de perto do técnico da seleção principal, Carlos Alberto Parreira, que prefere não ter um convívio mais próximo para, segundo ele, não colocar pressão sobre comissão técnica e atletas.
Em todas as ocasiões, Ricardo Gomes se mostrou resignado com a falta de empenho da CBF. "Vamos fazer o melhor com o que temos", disse em algumas oportunidades o comandante da equipe olímpica nacional.
Com tantos problemas, o treinador deve optar por um time titular formado quase que inteiramente por jogadores de Cruzeiro e Santos, os dois melhores times do país na temporada 2003.
"A base do Santos ajuda muito, pois vai facilitar o nosso entrosamento", diz o meia Diego, um dos cinco jogadores da equipe do litoral paulista convocados para o grupo do time nacional sub-23 -o Cruzeiro tem quatro.
A seleção olímpica treina em Teresópolis até o dia 30. Depois, se separa para a comemoração de final de ano. No próximo dia 2, o grupo se reapresenta e viaja para o Chile, onde estréia no Pré-Olímpico, que só classifica duas equipes para os Jogos de Atenas, no dia 7, contra a Venezuela. Depois, na sequência, enfrenta Paraguai, Uruguai e Chile.
Mesmo sem o grupo que imaginou inicialmente, Ricardo Gomes e os jogadores dizem que a seleção vai se classificar.
"É nossa obrigação conseguir a classificação", afirma o zagueiro Rodolfo, do Fluminense.



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