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França celebra os negros na final
DO ENVIADO A PARIS
No ano em que mais investe em
campanhas contra o racismo, o
futebol mundial tem um evento
que vai celebrar como nunca a
força do negro na modalidade.
Hoje, às 16h, no Stade de France,
na final da Copa das Confederações-2003, França e Camarões fazem a final com mais negros em
campo na história dos campeonatos adultos organizados pela Fifa
atualmente. A Turquia bateu a
Colômbia por 2 a1, ontem, e ficou
com o terceiro lugar no torneio.
Dependendo da escalação dos
anfitriões, nada menos do que 18
negros (11 da equipe africana e sete da européia) devem começar o
duelo de hoje, número impensável no início do século passado e
raro até nos últimos anos. Na decisão da Copa-98, por exemplo, só
dez jogadores negros iniciaram o
jogo entre França e Brasil.
Uma final tão negra acontece no
torneio em que a Fifa tentou de
tudo para colocar a questão do racismo em evidência: na primeira
fase, fez os times mostrarem faixas sobre o tema, problema crônico nos estádios europeus. E, em
duas jornadas do certame, propôs
o assunto como prioridade nas
entrevistas de atletas e técnicos.
Mas não é só pela cor da pele
que a decisão entre França e Camarões vem carregada de simbolismos. Não bastasse o trauma da
morte no gramado do volante camaronês Foe -que merecerá homenagens-, o confronto será o
primeiro em um torneio adulto
da Fifa em que irão duelar dois
países que mantiveram relação de
metrópole e colônia no passado.
A questão da língua é outro
ponto importante. Na história das
competições da Fifa envolvendo
seleções principais, esta é apenas a
segunda oportunidade em que
um título será decidido entre duas
nações que falam a mesma língua.
A outra foi na Copa de 1930,
quando o Uruguai bateu a Argentina no torneio que abrigou.
Na decisão de hoje, a França
conta com o retrospecto no Stade
de France, e Camarões com uma
defesa que ameaça fazer história.
Desde que inauguraram seu
principal campo, os europeus conheceram glórias inéditas, como a
conquista da Copa-98 e a liderança do ranking da Fifa. Para isso,
contaram com um aproveitamento fantástico no estádio que abriga
a decisão de hoje -ganharam
78% dos pontos disputados no
Stade de France em jogos oficiais.
Já os africanos apostam na sua
forte marcação. Em quatro jogos,
o time do técnico alemão Winnie
Schaeffer não sofreu gols.
Até hoje, em 17 Copas do Mundo e seis Copas das Confederações, nunca uma equipe campeã
em um torneio adulto da Fifa terminou sua participação sem ser
vazada ao menos uma vez.
(PC)
NA TV - Sportv e Rede Vida,
ao vivo, às 16h
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