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ATLETISMO
Atenas assiste à derrocada das hegemonias
DO ENVIADO A ATENAS
Os Jogos de Atenas ficarão marcados pela quebra das hegemonias no atletismo. Poucas estrelas
das pistas, ruas e campos confirmaram o favoritismo na Grécia.
Pior: algumas nem chegaram a
competir por causa de problemas
com o doping ou participaram
dos Jogos sob a névoa da suspeita.
Com 38 dos 46 eventos encerrados até a conclusão desta edição,
só dois atletas se tornaram bicampeões, o que representa 5,3%. Em
Sydney, seis provas viram repetir
o ouro de Atlanta (13,3%).
A maioria dos fracassados no
Estádio Olímpico nem teve o privilégio de subir ao pódio. Só três
outros campeões de 2000 levaram
nova medalha. Todas de bronze.
Foi o caso do norte-americano
Maurice Greene, nos 100 m, da
etíope Derartu Tulu, nos 10.000
m, e do cubano Anier Garcia, nos
110 m com barreiras. Eles mostram que quatro anos de domínio
é um período muito longo.
"Estou desapontado. Mas tive
tantos problemas que já foi uma
vitória chegar aqui", reconheceu
o velocista Greene.
Absoluto no arremesso de disco
em Sydney, o lituano Virgilijus
Alekna viu seu domínio ser quebrado por Robert Fazekas, rival
que batera no Mundial de Paris-03. No dia seguinte, tornou-se o
primeiro bicampeão em Atenas.
O húngaro se recusara a passar
pelo antidoping. Perdeu o ouro.
Na marcha de 50 km, o polonês
Robert Korzeniowski bisou seu
feito olímpico. Mas nem correu a
competição de 20 km, que também havia vencido em Sydney.
A imagem da decepção estava
estampada nos olhos de Marion
Jones. Maior estrela do atletismo
em Sydney, a velocista colecionou
fracassos neste ano. Suspeita de
ter usado doping, a americana
não disputou nenhuma das três
competições em que poderia atingir seu segundo ouro olímpico:
100 m, 200 m e 4 x 400 m.
Classificada no salto em distância, terminou em quinto. Pouco
depois, errou a passagem do bastão para Lauryn Williams e eliminou sua equipe do 4 x 100 m.
"Foi uma derrota muito amarga", lamentou a atleta, dona de
cinco medalhas em 2000, que volta da Grécia de mãos vazias.
Desapontamento que atingiu a
supercampeã Maria Mutola. A
moçambicana defendia o título
dos 800 m. Em 2003 ganhou o
Mundial e foi a única atleta a vencer todas etapas da Liga de Ouro,
que reúne os principais GPs do
atletismo. Em Atenas atacou cedo. Foi superada por Kelly Holmes. Desgastada, terminou fora
do pódio, em quarto. "Sonhava
ser a primeira bicampeã olímpica
dos 800 m. Não era o meu dia", resumiu. (ADALBERTO LEISTER FILHO)
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