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AUTOMOBILISMO
Só Barrichello, companheiro do alemão na campeã equipe italiana, pode adiar o hepta hoje na Bélgica
Na 700ª da Ferrari, Schumacher busca o 7º
TATIANA CUNHA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Michael Schumacher, 35, tenta
hoje reescrever a história da F-1.
Só dois pontos a mais que Rubens
Barrichello separam o campeão
maior dos 54 anos de existência
da categoria de um feito inédito,
impensável há alguns anos. O alemão da pequena Hürth-Hermülheim pode se tornar o primeiro
piloto a conquistar sete Mundiais.
Chega até a ser difícil dar uma
dimensão do que este campeonato significa na esfera esportiva.
Michael Jordan, por exemplo,
ganhou cinco vezes o troféu de
melhor da NBA. Ronaldo foi eleito o melhor do mundo em três
ocasiões pela Fifa. O surfista Kelly
Slater é hexacampeão do WCT.
Robert Scheidt venceu sete vezes
o Mundial de vela na classe laser.
Ainda assim fica difícil... Em outras áreas talvez a supremacia de
Schumacher fique mais gritante.
Quem mais ganhou Oscars foi a
atriz Katherine Hepburn. Quatro
estatuetas. A Venezuela é o país
que mais teve vencedoras do Miss
Mundo. Foram cinco. Os Beatles
foram os únicos a monopolizar os
primeiros lugares na lista da Billboard dos EUA. Emplacaram cinco músicas ao mesmo tempo.
Nem no próprio automobilismo ele encontra rivais. Já deixou o
mítico Juan Manuel Fangio e seus
cinco títulos mundiais para trás.
O único capaz de estragar a festa
do alemão hoje é um brasileiro.
Nascido na gigante São Paulo,
atende pelo nome de Rubens e dirige uma Ferrari quase idêntica à
de Schumacher. Com uma única
diferença (visível). Ela carrega o
número dois em seu bico.
Barrichello, porém, nunca venceu na Bélgica. Schumacher, além
de buscar a sétima taça, corre pela
sétima vitória no país. E no GP em
que a Ferrari completa 700 corridas na F-1. Parece até combinado.
Mas as coincidências não terminam por aí. O cenário também
parece ter sido escolhido a dedo:
foi no circuito de Spa-Francorchamps que o alemão fez sua primeira corrida na categoria, há
4.753 dias, a bordo de um Jordan.
E tem mais. Pista preferida de
Schumacher e que retorna ao calendário após um ano de ausência, Spa fica a pouco mais de 100
km de sua cidade natal. E o alemão não esconde que gostaria de
ganhar o hepta em terras belgas.
"Esta pista me traz boas recordações. Além disso é como Mônaco e Suzuka, circuitos em que o
piloto pode fazer a diferença."
Se depender do retrospecto do
ferrarista neste ano, vencer não
será uma tarefa tão difícil assim.
Das 13 corridas já disputadas,
Schumacher ganhou 12. Só não
completou o GP de Mônaco,
quando bateu. O vencedor foi o
italiano Jarno Trulli, da Renault.
As condições de agora são bem
mais favoráveis do que no Mundial do ano passado, quando a
disputa pelo título se arrastou até
a última corrida da temporada.
Na ocasião, Schumacher precisava de um ponto para ser campeão. Caso falhasse, teria que torcer para que Kimi Raikkonen, seu
único rival, não vencesse a prova.
E o título veio no limite. O alemão terminou em oitavo lugar. O
finlandês foi o segundo colocado.
O heptacampeonato está tão
perto que o ferrarista até evitou
falar sobre isso no final de semana. "Não é segredo para ninguém
que estou muito perto do título,
então estou relaxado, posso me
divertir e tentar vencer a corrida."
Coisas de Michael Schumacher.
Com agências internacionais
NA TV - GP da Bélgica, Globo, ao vivo, às 10h15
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