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FUTEBOL
Com gols originados de escanteio e falta, Portugal supera o time de Parreira, que marcou só de pênalti, inexistente
Scolari leva a melhor na bola parada
DO ENVIADO AO PORTO
As jogadas de bola parada definiram o confronto entre os técnicos Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira ontem.
Um escanteio, um pênalti inexistente e uma falta definiram o
placar de 2 a 1 favorável aos portugueses. O novo time do técnico
pentacampeão mundial soube
aproveitar as falhas dos marcadores da "ex-família Scolari" para
bater o Brasil, agora de Parreira.
A zaga brasileira falhou na marcação da cobrança de escanteio
ensaiada, que originou o gol de
Pauleta (7min), e na armação da
barreira na falta que deu o gol da
vitória a Portugal a poucos minutos do final do jogo.
"O Brasil jogou bem, especialmente no primeiro tempo. Só
perdemos nas bolas paradas, que
são cada vez mais importantes no
futebol", justificou Parreira.
O novo time de Scolari não se
pareceu com a sua equipe pentacampeã. Uma linha de quatro zagueiros, tal qual gosta o tetra Parreira, foi suficiente para brecar o
ataque do Brasil, que só saiu do
zero por causa de um pênalti mal
marcado. Já a seleção brasileira,
também com quatro zagueiros,
sofreu com as investidas do rival,
principalmente pela esquerda.
Foram sete chutes contra a meta
defendida por Marcos no primeiro tempo, quando os brasileiros
conseguiram reagir apenas com
chutes de longa distância de Roberto Carlos (duas vezes acertou a
trave) e de Rivaldo (em falta cobrada no travessão).
Portugal criava mais chances.
Não fossem as péssimas finalizações de Rui Costa (cabeça e de fora da área), de Sérgio Conceição e
de Pauleta, os donos da casa teriam saído para o intervalo com
um placar mais amplo.
Mas essa não foi a impressão de
Parreira, que seguiu para o vestiário dizendo que o Brasil iria virar
o jogo porque estava melhor.
Por causa de dores, Parreira
precisou substituir Ronaldo e Zé
Roberto. Entraram Adriano e
Amoroso, que formaram a dupla
de ataque na etapa final. Rivaldo,
recuado, passou a armar o jogo.
Melhor, o Brasil criou duas boas
jogadas antes dos 5min. A primeira, uma tabela entre os atacantes,
parou na zaga portuguesa. A segunda, um chute de Adriano, foi
desviada para escanteio.
Porém, mais ofensivo, o Brasil
passou a sofrer com os contra-ataques portugueses. Ronaldinho
fez faltas sucessivas no campo de
ataque e logo recebeu amarelo.
Aos 7min, Cafu cruzou para
Amoroso, que não concluiu para
o gol porque foi derrubado por
Paulo Ferreira na área. A infração
não foi marcada pelo juiz, que
"compensou" sete minutos mais
tarde. Simão fez falta em Ronaldinho fora da área, mas o brasileiro
caiu dentro da área, "ganhou" o
pênalti e marcou o gol brasileiro.
O empate freou os ataques dos
brasileiros, que poucas chances
criaram a partir de então.
Portugal aproveitou. Foram
quatro investidas frustradas até
Rivaldo fazer falta em Deco, aos
35min, na entrada da área.
Irritados com a marcação, os jogadores do Brasil reclamaram
com o juiz. Roberto Carlos, o mais
exaltado, foi expulso. Na saída do
vestiário, o jogador Real Madrid
preferiu não falar. Na confusão
criada, a barreira não atendeu aos
gritos de Marcos, que não conseguiu defender o chute de Deco no
seu canto esquerdo, aos 37min.
"O Brasil teve bolas nas traves e
algumas chances. Ganhamos e estamos felizes, mas a seleção brasileira poderia ter vencido o jogo",
disse Scolari.
(PAULO COBOS)
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