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Maratona intriga os grandes de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
O futebol brasileiro vive hoje o
primeiro domingo do novo Nacional, o dos pontos corridos, em
turno e returno, quando o melhor
dos confrontos de todos contra
todos vai erguer aquela que é considerada a mais justa das taças.
Mas o festejado Brasileiro-03
não é unanimidade, levando em
conta a opinião de uma classe importante envolvida com o andamento do principal torneio de futebol do país: a dos técnicos.
Pelo menos os três treinadores
dos principais clubes paulistas
que iniciam hoje a maratona de
552 partidas não estão contentes
com a longa duração do campeonato, que acaba dentro de 259
dias, contando este domingo.
Emerson Leão, Geninho e Oswaldo de Oliveira, respectivamente os comandantes de Santos,
Corinthians e São Paulo, temem
pela saúde física dos atletas e pela
dificuldade de manter a regularidade da equipe em um torneio de
quase nove meses.
"Nove meses de competição?
Não existe isso", reclama Leão,
técnico do atual campeão brasileiro. "A contusão e a recuperação
estarão no dia-a-dia da equipe.
Todo jogo será bem competitivo,
precisamos sempre buscar os três
pontos, especialmente em casa."
Já o treinador do vice do último
Nacional crê que em um torneio
extenso como esse é preciso dosar
o fôlego do time para não perder o
pique na metade da campanha.
"A preparação dos jogadores
tem que ser totalmente diferente
agora porque o campeonato é
longo. Vai ser mais difícil acertar
o time", diz Geninho, que vê seu
time perder um trunfo bem importante com a mudança do sistema de disputa do Brasileiro.
Com os pontos corridos, o Corinthians deixa de derrubar seus
adversários nos mata-matas, como fez nas três vezes que ganhou
o Nacional -1990, 1998 e 1999.
"Como se não bastasse a duração do torneio, também não teremos a fase de classificação, em
que podemos administrar os resultados, conquistar a vaga e depois ir com tudo para os mata-matas", diz o técnico corintiano.
"Pelos meus cálculos, serão 35
semanas, o que é pouco se levarmos em consideração o número
de jogos. Além do mais, o Brasil é
um país com dimensões continentais. As viagens são muito
cansativas", opina Oswaldo de
Oliveira, que chefia o São Paulo.
"Acho que oito meses é um tempo muito curto para um campeonato com 24 clubes", conclui.
Se o novo Brasileiro não é ditado pelas fórmulas malucas e se
inspira nos principais torneios da
Europa, também não precisava
ter 24, mas 16 times em sua disputa, defende Geninho.
"Vamos ter campanhas irregulares", disse o reinador corintiano.
(EDUARDO ARRUDA, LÚCIO RIBEIRO E RICARDO PERRONE)
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