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FINAL/ HOJE
Polêmico esquema 3-5-2 sofreu múltiplas variações ao longo da campanha
Ousadia tática chega à decisão menos ousada
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA
Termina hoje em Yokohama,
com uma cara bem diferente de
seu início, a segunda aventura
brasileira com um esquema 3-5-2
numa Copa do Mundo.
Ao contrário do rígido sistema
adotado em 1990 por Sebastião
Lazaroni, que fracassou rotundamente, Luiz Felipe Scolari fez uma
série de adaptações à tática que
planejou para a conquista do pentacampeonato mundial, feito que
será atingido com uma vitória hoje sobre a Alemanha.
Primeiro, foi a entrada de Juninho e a permanência de apenas
um volante nos jogos contra os
fracos times adversários da primeira fase. Depois, nos momentos decisivos, manteve três zagueiros, mas deu liberdade para
Edmilson deixar a defesa e praticamente atuar como volante.
"Isso aconteceu até por causa
dos esquemas dos adversários.
Praticamente todos eles jogaram
com um atacante só, então um zagueiro acabou jogando como volante", diz Edmilson, o escolhido,
por ter mais habilidade, para deixar a zaga e reforçar o meio.
Hoje, com a força da jogada aérea alemã, mais uma mutação na
tática da seleção deve acontecer.
Para reforçar a zaga contra os "gigantes europeus", o jogador do
Lyon vai deixar o meio e novamente formar o trio de zagueiros
com Roque Júnior e Lúcio.
"O segredo para afastar o perigo
é evitar os cruzamentos dos alemães", afirma o goleiro Marcos
sobre a chave para brecar a jogada
forte do time europeu.
Com os bons resultados, a polêmica sobre o esquema, assim como a ausência do atacante Romário, foi deixada de lado.
Até o "culpado" pelo uso do 3-5-2 por Scolari, o lateral-direito
Cafu, não reclama mais. Segundo
o treinador, esse esquema foi adotado principalmente para proteger a equipe das deficiências de
marcação do atleta da Roma.
"Sempre marquei e soube marcar. Mas nunca encontrei um treinador que dissesse para eu não
passar do meio-campo. Cumpro
as determinações dos técnicos. O
treinador da Roma pede que eu
jogue do meio para frente, o da seleção me pede que eu jogue praticamente do meio-campo para
trás", afirma Cafu.
Na última vez que foi campeão
mundial, em 1994, o Brasil tinha
um esquema rígido, mas diferente do atual. Entusiasta do 4-4-2, o
técnico Carlos Alberto Parreira
adotou essa fórmula desde o início da preparação para a competição realizada em campos dos Estados Unidos.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG,
PAULO COBOS e SÉRGIO RANGEL)
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