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FINAL/ HOJE
Fiel, grupo que cerca treinador foge dos holofotes
"Tropa de choque" de Scolari age na surdina
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA
Na decisão da Copa hoje, contra
a Alemanha, no banco de reservas
do Brasil, Luiz Felipe Scolari terá,
além dos atletas reservas, mais
uma vez a companhia de um grupo de profissionais que ele ouve,
consulta e com o qual toma em
conjunto as decisões sobre o time.
O grupo, que o treinador gaúcho escolheu a dedo e impôs à
CBF como condição para que
aceitasse assumir a seleção em junho do ano passado, é formado
por quatro pessoas: o auxiliar técnico Flávio Teixeira, o Murtosa, o
preparador físico Paulo Paixão, o
treinador de goleiros Carlos Pracidelli e o auxiliar de preparação
física Darlan Schneider.
Participando da preparação da
equipe nacional para a Copa-2002, em comum entre eles está o
fato de que todos são fiéis a Scolari como um cão ao seu dono.
Murtosa é seu maior amigo no
grupo. Quieto e aparentemente
pouco participativo, trabalha na
surdina, dando dicas e conselhos
que o treinador muitas vezes
aprecia. A opinião do auxiliar foi
decisiva, por exemplo, para que
Scolari convocasse Ricardinho
para a seleção brasileira depois
que Emerson foi cortado às vésperas do início do Mundial.
Treinador e escudeiro trabalham juntos há 19 anos. A parceria
começou em 1983, quando Murtosa era preparador físico e Scolari dirigia o time do Brasil de Pelotas, e jamais foi interrompida.
"O professor Luiz Felipe é quem
pode falar", é uma das frases que
mais saem da boca do auxiliar,
que tem grande receio em aparecer e ofuscar o amigo.
Paixão, que ocupou o mesmo
cargo na Copa de 1998, conheceu
Scolari na segunda passagem do
treinador pelo Grêmio. A empatia
foi grande, e o gaúcho levou o carioca para o Palmeiras.
Darlan Schneider, auxiliar de
Paixão, foi o último a entrar no
grupo. Sobrinho de Scolari, chegou a ter sua competência contestada durante uma passagem pelo
Grêmio em 1999, o que gerou um
atrito entre o atual técnico da seleção e o seu clube de coração.
O treinador de goleiros Praci-
delli foi o último que Scolari conheceu, apenas no Palmeiras, em
1997. Um dos responsáveis pela
boa forma de Marcos, "Carlão",
como é conhecido no Santos, seu
atual clube, e na seleção, prefere,
como Murtosa, trabalhar quieto,
evitando dar entrevistas.
Embora os quatro formem a
"tropa de choque" de Scolari na
seleção, os outros integrantes da
comissão técnica afirmam que
não há diferença de tratamento
entre o grupo e eles.
"Não há distinção nenhuma. Ele
tem um poder muito grande de
agregar pessoas em torno de uma
causa, um objetivo comum. E tudo acaba fluindo bem", elogia o fisioterapeuta Luiz Alberto Rosan,
levado à seleção brasileira por
Wanderley Luxemburgo e convidado a retornar pelo médico José
Luiz Runco, que presta serviços
para a CBF.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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