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PINGUE-PONGUE
Pressão sobre os brasileiros é grande, diz auxiliar alemão
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA
Auxiliar de Rudi Völler na
seleção, Michael Skibbe, 36,
acha que o fator emocional pode fazer a grande diferença na
final de hoje. E pode pesar contra os brasileiros.
Indicado pelo ex-jogador
Karl-Heinz Rummenigge para
trabalhar com Völler, Skibbe
acha que o time de Scolari parece mais forte e unido do que
o de Zagallo, em 1998. Leia a
entrevista dele à Folha, concedida no hotel Sheraton, onde o
time está concentrado em Yokohama.
(JCA E RD)
Folha - Rudi Völler deu a entender que acha o Brasil favorito. Você concorda com ele?
Michael Skibbe - Sem dúvida
o Brasil tem um time excelente, muito talentoso e entra em
qualquer torneio como um
dos favoritos. Antes mesmo da
Copa, quando todos só falavam em França e Argentina,
eu dizia que não deveriam se
esquecer do Brasil. Cá entre
nós, também achava um erro
esquecerem da Alemanha,
mas não queria ficar falando
em causa própria, por isso só
citava o Brasil. O futebol, por
mais surpresas que proporcione, tem uma certa lógica. Não é
à toa que brasileiros e alemães
chegam a quase todas as finais
[desde 1950, apenas uma vez
não houve um dos dois times
na decisão".
Folha - Mas agora que as duas
grandes forças do futebol chegaram à final dá para falar em
favoritismo?
Skibbe - É difícil, sobretudo
por ser uma final. Tudo pode
ocorrer, que o diga o Brasil em
1998. Ninguém imaginava que
vocês fossem perder daquele
jeito [3 a 0" para a França.
Folha - E quem pode fazer a diferença? Ronaldo, Ronaldinho e
Rivaldo, de um lado, ou Kahn
[Oliver, o goleiro", de outro?
Skibbe - Às vezes até nenhum
deles. Acho que aí depende de
quem consegue se controlar.
Folha - Aí a vantagem não é da
Alemanha? Os alemães, afinal
de contas, têm sido chamados
de robôs pelos ingleses...
Skibbe - É verdade, só que
eles quiseram dar uma conotação negativa que não existe.
Numa final, por exemplo, é
importante manter a serenidade, você tem uma idéia de como vai jogar. Para o Brasil, a
história é outra, é muito mais
difícil. A pressão é muito grande, e o time, pura emoção. Parece que está muito mais unido do que em 1998, mas união
é uma coisa, e nervos no lugar
são outra.
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